PCP diz que previsões do Banco de Portugal confirmam "as perspectivas mais negras"

Boletim Económico da Primavera confirma recessão de 2,3% do PIB. Deputado comunista Miguel Tiago destaca dados preocupantes, que revelam quebra da procura interna.

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Miguel Tiago, deputado do PCP, diz que Banco de Portugal reconhece que 2014 pode ser "catastrófico" Enric Vives-Rubio

O PCP considerou nesta terça-feira que as previsões do Banco de Portugal agora divulgadas confirmam “as perspectivas mais negras” e reconhecem que o cenário para 2014 pode vir a ser “catastrófico”.

“No essencial, estes números confirmam as perspectivas mais negras”, afirmou o deputado do PCP Miguel Tiago, em declarações aos jornalistas a propósito do Boletim Económico da Primavera do Banco de Portugal. <_o3a_p>

No documento, o Banco de Portugal revê em baixa as projecções para o desempenho da economia este ano, esperando agora uma recessão de 2,3% do Produto Interno Bruto, em linha com o esperado pelo Governo e troika. <_o3a_p>

Relativamente a 2014, o Banco de Portugal espera que a economia cresça apenas 0,3%, se for considerado um cenário que inclui os cortes na despesa pública já anunciados pelo Governo. <_o3a_p>

Sublinhando que o Banco de Portugal aponta agora para uma recessão “bem mais grave do que aquilo que estava inicialmente previsto”, o deputado comunista destacou o facto de os números para 2014 serem baseados numa perspectiva de que não haverá mais cortes. <_o3a_p>

Contudo, acrescentou, o próprio Banco de Portugal faz “alusão aos novos cortes” e “acaba por reconhecer que o cenário para 2014 também pode vir a ser catastrófico, pode não vir a verificar-se nenhuma recuperação em função dos cortes que o Governo virá a aplicar”. <_o3a_p>

Ou seja, mesmo o cenário de estagnação apontado para 2014 é provavelmente “demasiado optimista para a realidade”. <_o3a_p>

Miguel Tiago destacou ainda os “dados muito preocupantes” revelados pelo Banco de Portugal sobre a quebra da procura interna. “Todos os factores confluem e convergem para um agravamento profundo da situação económica”, frisou, notando que a própria redução do défice da balança comercial não é conseguida à custa do aumento das exportações, “como seria desejável, mas essencialmente à custa da quebra do consumo interno”. <_o3a_p>

“O indicador que o Governo usa muitas vezes como positivo, é um indicador da tragédia que o país está a atravessar”, enfatizou.<_o3a_p>

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