Morreu Angelo Dundee, o treinador de Muhammad Ali

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Angelo Dundee e Muhammad Ali no aniversário deste, em Janeiro Foto: DR

Trabalhou com 15 campeões do mundo, mas foi com Muhammad Ali que teve a colaboração mais prolongada e intensa. Morreu aos 90 anos, na sequência de complicações cardíacas.

“Ele deixava-me ser exactamente quem eu queria ser, e era leal. É por isso que eu adoro o Angelo”, escreveu um dia Muhammad Ali sobre o seu treinador. Angelo Dundee, nascido em Filadélfia em Agosto de 1921, trabalhou com Ali entre 1960 e 1981 e acompanhou-o em alguns dos maiores combates da carreira.

Era conhecido por ser um motivador exímio. “Se ele te disser alguma coisa durante um combate, podes acreditar. Como ‘cornerman’ [técnico de ringue] é o melhor do mundo”, afirmou Ali, que teve o primeiro contacto com Angelo no final dos anos 1950. Na altura, um promissor Cassius Clay recebeu conselhos de Angelo Dundee que já trabalhava em pugilismo.

Esteve na II Guerra Mundial ao serviço da Força Aérea, e enquanto esteve em Inglaterra ajudou a organizar combates de boxe entre os militares. Quando regressou aos EUA, juntou-se ao irmão Chris e abriram o Fifth Street gym em Miami.

Começou a trabalhar com Ali em 1960 e levou-o ao primeiro título de pesos-pesados em 1964, num combate vencido por K.O. frente a Sonny Liston. Esteve ao lado dele em alguns dos maiores combates da carreira: “The Rumble in the Jungle”, contra Foreman, em 1974 no Zaire, e “Thrilla in Manila”, um ano depois, contra Joe Frazier nas Filipinas.

“Morreu rodeado pela família e amigos”, disse a família de Angelo Dundee num comunicado. “Estava muito feliz por ter estado na festa do 70.º aniversário de Ali já este ano, e também por ter entrado no Quadro de Honra. Ainda havia muitas coisas que queria fazer, mas teve uma vida preenchida e extraordinária”, podia ler-se.

Para além da colaboração com Muhammad Ali, Angelo Dundee trabalhou com alguns dos maiores pugilistas do seu tempo. Treinou 15 campeões do mundo, incluindo Sugar Ray Leonard e George Foreman.

“Motivar um pugilista requer capacidades especiais, e não há muitas pessoas que as tenham. Em mais de 45 anos que levo de boxe, ele foi de longe o maior ‘cornerman’ que alguma vez vi”, confessou à Reuters o promotor Bob Arum.

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