Garbiñe Muguruza é um nome para fixar

As temperaturas desceram em Melbourne mas as expectativas aumentam à entrada para a segunda semana de prova.

Foto
Foto: David Gray/Reuters

Em 2013, Garbiñe Muguruza estreou-se no Open da Austrália como 112.ª do ranking e poucos a conheciam. Este ano, chegou a Melbourne como 38.ª, depois de ter sido quarto-finalista em Auckland e conquistar o primeiro título em Hobart – vinda do qualifying e vencendo oito encontros no total. As entrevistas começam geralmente por “Garbine…” Mas, após derrotar Caroline Wozniacki e estrear-se nos “oitavos” de um Grand Slam, já lhe vieram perguntar como se pronuncia correctamente o seu nome.

“Garbiñe e não Garbine, que soa como francês", brincou Muguruza, depois de derrotar a ex-número um do mundo, por 4-6, 7-5 e 6-3. A espanhola nascida há 21 anos em Caracas (Venezuela) exibiu um ténis de ataque, apoiado no seu 1,82m de altura, e elevou para 11 a série de vitórias consecutivas. “A chave era ser forte mentalmente, em especial no terceiro set, porque ambas estávamos a jogar tão bem. Ser forte e continuar a lutar foi o que fez a diferença para mim”, explicou Muguruza.

Ter ganho apenas dois jogos a Serena Williams na segunda eliminatória do Open de 2013 foi mais que natural. Mas foi o início da ascensão nos rankings, que a levaria ao 53.º lugar, depois de obter uma vitória sobre uma top 10, Wozniacki, em Miami. No entanto, a época terminaria em Julho, para ser operada ao tornozelo direito, deixando dúvidas para o início de 2014. Saber que as outras jogadoras estavam em acção foi de mais para Muguruza e convenceu o seu treinador, Alejo Mancisidor, a treinar-se sentada durante os quase dois meses em que não pôde apoiar o pé no chão – à boa maneira de Thomas Muster, nos anos 90.

“Se não passasse por isso não valorizava muitas coisas que agora valorizo”, explicou Muguruza, que tem sido igualmente acompanhada em Melbourne por Conchita Martínez, capitã da selecção espanhola da Fed Cup e campeã de Wimbledon em 1994.

"Tenho aprendido muito com ela”, reconheceu a espanhola que, no entanto, ainda não confirmou se irá jogar pela Espanha ou pela Venezuela, nacionalidade da mãe. “A verdade é que tenho a família muito repartida por ambos os lados”, contou a próxima adversária de Agnieszka Radwanska. A polaca venceu nove jogos a Anastasia Pavlyuchenkova, quando a russa liderava por 7-5, 2-0, para acabar por eliminá-la, por 5-7, 6-2 e 6-2.

Todos os encontros femininos foram decididos em dois sets, mas Maria Sharapova teve de salvar um set-point antes de vencer Alizé Cornet (25.ª), por 6-1, 7-6 (8/6), para ir defrontar Dominika Cibulkova. Victoria Azarenka reencontra Sloane Stephens, adversária que venceu na meia-final de 2013, e Jelena Jankovic defronta Simona Halep.

No torneio masculino, Rafael Nadal realizou a melhor exibição da semana para ultrapassar Gael Monfils, por 6-1, 6-2 e 6-3, e joga com Kei Nishikori. Roger Federer reedita o quarto-de-final de 2013 com Jo-Wilfried Tsonga; Andy Murray defronta o francês de 32 anos e repescado do qualifying, Stephane Robert – o mais velho na Era Open a estrear-se nos “oitavos” de um Grand Slam; e Roberto Bautista Agut encontra Grigor Dimitrov – o primeiro búlgaro a chegar tão longe nos “majors”.
 
 

Sugerir correcção
Comentar