O futuro dos afegãos não começa agora

Ao longo da sua história, o Afeganistão tem mostrado duas coisas: uma capacidade de resistência heróica a invasores externos (a União Soviética, que o invadiu e ocupou em 1979, levou para casa uma pesada história para contar) e uma instabilidade permanente devido a fenómenos como as eternas divisões tribais e a corrupção generalizada. Por isso, a cada novo passo, quando se imagina um momento de alívio, o peso das nuvens negras no horizonte acaba sempre por sobrepor-se. O mais recente episódio foi o fim da missão da ISAF (Força Internacional de Assistência e Segurança), liderada pelos EUA, que deixará ainda assim no país 12 mil militares estrangeiros, que darão apoio aos 350 mil soldados e polícias afegãos existentes. Mas a “herança” de 2014, com um avanço mortífero das forças taliban, não abre espaço a esperanças. O novo ano será ainda de resistência. De guerras e não de paz. O futuro dos afegãos ainda não começa agora.

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