Quando se diz que o Presidente russo transformou Sochi numa prioridade nacional, há um número que justifica a afirmação. Segundo cálculos independentes, Moscovo vai gastar 50 mil milhões de dólares (36 mil milhões de euros) na organização dos Jogos de Inverno de 2014.

Um montante que fará de Sochi o mais caro de todos os eventos olímpicos já organizados, acima dos já dispendiosos Jogos de Pequim, em 2008 (o governo chinês disse ter gasto o equivalente a 15 mil milhões de dólares, mas várias estimativas independentes apontam para um valor entre os 40 e os 44 mil milhões)

Moscovo não reconhece a factura e diz que muito do que está a ser desembolsado destina-se a infra-estruturas que, mais tarde ou mais cedo, teriam de ser construídas na estância balnear do Mar Negro. Em declarações à BBC, o presidente do comité organizador, Dmitri Chernishenko, disse que os estádios e as pistas de gelo (as provas ao ar livre vão realizar-se nas vizinhas montanhas do Cáucaso) construídos de raiz na cidade custam pouco mais de sete mil milhões de dólares.

À polémica juntam-se suspeitas sobre a forma como muitos contratos foram atribuídos: Arkadi Rotenberg, amigo de juventude de Putin, ficou com a fatia das obras em curso.