EUA “prontos” a lançar ataque na Síria, diz Chuck Hagel

Intervenção poderá ser levada a cabo “dentro de poucos dias”, diz secretário da Defesa norte-americano.

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Activista protege-se com máscara em subúrbio de Damasco atacado com gás na semana passada Bassam Khabieh/Reuters
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Bombardeiro norte-americano na base de Whiteman, no Missouri AFP/Arquivo
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Bombadeiros britânicos AFP/Arquivo
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Um soldado rebelde, em Aleppo Muzaffar Salman /Reuters
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Hollande disse que "é necessário punir os que decidiram gasear os cidadãos inocentes" Kenzo Tribouillard/Reuters
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O ministro dos Negócios Estrangeiros sírio negou o uso de armas químicas Khaled al-Harir/Reuters
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Cameron anunciou uma reunião de urgência do Parlamento britânico CARL COURT/AFP

As forças americanas estão “prontas” a lançar ataques na Síria se o Presidente Barack Obama ordenar, disse o secretário da Defesa dos EUA, Chuck Hagel.

As declarações foram proferidas numa altura em que se especula que um ataque internacional poderá estar por “dias” e depois de o secretário de Estado, John Kerry, ter garantido que o ataque com armas químicas da semana passada não ficará impune.

A oposição síria recebeu informação dos aliados ocidentais em termos claros para esperar um ataque nos próximos dias, diz o diário britânico The Telegraph. A Reuters diz que a mesma conclusão pode ser tirada de um encontro de enviados dos EUA e outros países: a intervenção deverá ser realizada dentro de poucos dias.

O Presidente François Hollande anunciou que o Conselho de Defesa se reunirá nesta quarta-feira para discutir a resposta ao "massacre". "É necessário punir os que decidiram gasear os cidadãos inocentes", afirmou.

Hollande já tinha dito que a França não se excusaria às suas responsabilidades. Num discurso feito na tarde desta terça-feira perante os embaixadores franceses, o Presidente revelou também que Paris aumentará a ajuda militar à oposição síria.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou que os deputados britânicos vão ser chamados ao Parlamento para uma votação sobre a resposta do Reino Unido. “O speaker concordou com o meu pedido de reunir o Parlamento na quinta-feira [interrompendo as férias]. Haverá uma moção clara e uma resposta britânica aos ataques com armas químicas.”

O ataque que despertou esta onda de indignação ocorreu na quarta-feira da semana passada. Kerry disse que os EUA não têm dúvidas de que foi levado a cabo pelas forças do Presidente Bashar al-Assad.

Há uma equipa de inspectores da ONU no terreno para investigar três de 13 ataques em que se suspeita que foram usadas armas químicas, anteriores ao da semana passada. Os inspectores têm a missão de recolher provas e identificar as armas usadas e não de determinar qual dos lados em confronto utilizou as armas. Rebeldes acusam o regime, e o regime acusa os rebeldes.

Enquanto isso, a oposição também terá recebido uma instrução clara: devem preparar-se para negociações de paz em Genebra, logo a seguir à intervenção militar.

Com a Rússia e a China a oporem-se fortemente a uma acção militar na Síria, não há hipótese de acção com um mandato do Conselho de Segurança da ONU.

Uma declaração da Liga Árabe veio, por outro lado, responsabilizar o regime de Assad pelo ataque com armas químicas, ajudando ao argumento ocidental de que foi cruzada uma linha vermelha.

O ministro sírio dos Negócios Estrangeiros, Walid Muallem, negou que o regime tivesse estado por trás do ataque da semana passada e disse que ataques norte-americanos ajudariam a Al-Qaeda.

O ataque da semana passada terá deixado centenas de civis mortos num subúrbio de Damasco e ficou gravado em imagens de cadáveres de crianças envoltos em lençóis brancos.

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