Descarrilamento em Nova Iorque faz quatro mortos

Comboio de passageiros descarrilou e algumas carruagens ficaram a poucos metros do rio Hudson. Há também pelo menos 67 feridos, 11 em estado grave.

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Carlo Allegri/Reuters
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Daniel Cohen (@danielcohen)
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Foi o terceiro acidente dos últimos seis meses na movimentada linha que liga a cidade de Nova Iorque aos subúrbios a norte, mas foi o mais trágico da sua história. A entrada numa curva a uma velocidade acima do normal, de acordo com os passageiros, fez descarrilar a locomotiva e as sete carruagens, onde viajavam cerca de 150 pessoas. Quatro morreram e 67 ficaram feridas, 11 das quais com gravidade.

"O comboio seguia muito mais depressa do que o normal", disse aos media norte-americanos um dos passageiros, Frank Tatulli, que viajava na última carruagem. Escapou com ferimentos ligeiros na cabeça e no pescoço e conseguiu sair pelos seus próprios pés, mas quando falou à estação ABC ainda não sabia que a carruagem em que seguia só tinha parado a poucos metros do rio Hudson.

No outro extremo, Amanda Swanson dizia sentir-se "culpada por estar num lugar do comboio que escapou" – a primeira e a segunda carruagens, juntamente com a locomotiva, foram as menos afectadas no acidente. "Não estava a tomar atenção à viagem e de repente senti a carruagem a inclinar-se. Fiquei com todos os meus pertences e consegui ligar imediatamente à polícia", contou a passageira.

O descarrilamento ocorreu numa curva que antecede a chegada à estação de Spuyten Duyvil, no Bronx. Ao contrário do que chegou a ser noticiado, a Autoridade Metropolitana de Transportes fez saber que o comboio não tinha nenhuma paragem programada nessa estação. Citado sob anonimato pela CNN, um elemento das equipas de investigação disse que o maquinista terá tentado travar, mas a composição não abrandou.

O facto de ser um domingo e de o descarrilamento ter acontecido às 7h20 locais (12h20 em Portugal continental) pode ter evitado um balanço ainda mais trágico, naquela que é segunda linha mais movimentada dos Estados Unidos, a seguir à de Long Island. "Num dia de semana, com o comboio cheio, teria sido um acidente horrível", disse aos jornalistas o comissário dos bombeiros de Nova Iorque, Salvatore Joseph Cassano, numa conferência de imprensa no local do acidente.

Mesmo assim, foi "sem dúvida o mais grave acidente nesta linha", frisou o representante da região do Bronx no City Council de Nova Iorque, G. Oliver Koppell, citado pelo The New York Times.

As primeiras imagens do acidente foram publicadas no Twitter por Daniel Cohen, um realizador que vive num apartamento com vista para a curva. A composição ficou dividida ao meio, com a locomotiva e as primeiras três carruagens a sofrerem menos danos do que as restantes. Das outras quatro, uma ficou atravessada e três foram atiradas para fora da linha, com a última a parar a poucos metros do rio Hudson.

Em Julho passado, dez carruagens de um comboio de mercadorias descarrilaram na mesma zona. Não houve vítimas, mas a circulação só voltou ao normal ao fim de uma semana. Em Maio, uma colisão entre dois comboios de passageiros na mesma linha, perto de Fairfield, já no estado do Connecticut, fez 72 feridos. Um dos comboios, que seguia de Nova Iorque para New Haven, foi apanhado por uma outra composição que seguia na direcção contrária.
 
 
 

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