Candidato pró-resgate ganhou presidenciais em Chipre mas tem de ir à segunda volta

Nicos Anastasiades falhou a meta dos 50% e terá, por isso, de enfrentar o candidato apoiado pelos comunistas. Plano de resgate económico terá de aguardar pelo desfecho eleitoral, agora mais incerto.

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Anastasiades apresenta-se como o mais bem preparado para negociar um empréstimo internacional Yiannis Kourtoglou/AFP

Advogado de 66 anos e veterano da política cipriota, Anastasiades, líder do partido Disy e favorito das instituições europeias, obteve 45,4% dos votos, falhando o objectivo de uma vitória à primeira volta, que as primeiras sondagens à boca das urnas admitiam como possível.

No próximo domingo Anastasiades terá, por isso, de enfrentar Stavros Malas (26,9%), apoiado pelos comunistas do partido Akel, do Presidente cessante Demetris Christofias.

Em terceiro lugar, e por isso fora da segunda volta, ficou o independente Giorgos Lillikas, apoiado pelos socialistas e que se apresentou como grande opositor das medidas de austeridade necessárias para avançar com um plano de resgate europeu. Obteve, ainda assim, 24,9% dos votos, uma percentagem bem acima do que apontavam as previsões e que mostra bem o pouco consenso que há no país em relação a um plano de resgate. Caso decida apoiar abertamente o candidato da esquerda, Lillikas pode tornar mais difícil a eleição de Anastasiades.

“Este resultado mostra que os cipriotas ainda não decidiram que Anastasiades é o homem certo para os retirar da crise. Vai ser uma segunda volta difícil”, disse à agência Reuters Fiona Mullen, da empresa de consultoria Sapienta. 

A crise ciprioeta tem origem em grande parte na crise grega: os bancos de Chipre sofreram grandes perdas porque eram titulares de quantias importantes da dívida grega. O resgate de que o país necessita é de cerca de 17 mil milhões de euros - menor do que os dos outros países europeus até agora, mas um valor equivalente a toda a economia cipriota, sublinha Reuters.

Considerado como um homem de punho firme, Anastasiades apresentou-se durante a campanha como o candidato mais bem preparado para negociar um empréstimo internacional considerado crucial para a sobrevivência de Chipre. O futuro Presidente diz-se determinado a obter esse plano de resgate mesmo que para isso o país tenha que pagar com medidas de austeridade ainda mais draconianas.

 
Notícia actualizada e corrigida às 15h03 de 18/02/2013: o candidato da direita tem de ir à segunda volta
 

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