Bulgária tem o ar mais poluído da Europa

Cerca de 90% dos europeus que vivem em meio urbano estão expostos a níveis de poluição atmosférica perigosos para a saúde e para o meio ambiente.

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A Bulgária é o país da Europa onde a poluição do ar é mais preocupante, segundo a Agência Europeia do Ambiente. Quatro das cinco cidades com indicadores mais elevados são búlgaras: Pernik, Plovdiv, Pleven e Dobrich. Só a polaca Cracóvia, na terceira posição, se intromete.

No conjunto, cerca de 90% dos residentes em cidades da União Europeia (UE) estão expostos a níveis de poluição atmosférica perigosos para a saúde e para o meio ambiente. Particularmente nocivas são as partículas inaláveis finas (PM2.5) e ozono, segundo o relatório Air quality in Europe: 2013 Report.

Quando inaladas, aquelas partículas penetram nos pulmões (ao nível dos alvéolos pulmonares e bronquíolos) e podem provocar ou agravar doenças respiratórias “e, em última instância, causar a morte prematura”.

No caso da Bulgária, os dados relativos ao período 2009-2011 indicam que 100% da população urbana esteve exposta a valores superiores aos valores de referência da UE para outro tipo de partículas em suspensão, as PM10. Esse valor oscila, no caso da população urbana portuguesa, entre os 12 e os 30%. Em Portugal, as concentrações de partículas têm vindo a descer ligeiramente, comportamento também seguido nas concentrações de ozono, mas de forma menos acentuada.

As partículas em suspensão são provenientes de chaminés, veículos automóveis e de outras fontes poluentes.

A nível europeu, os autores do relatório registam, no entanto, uma redução das emissões e do número de poluentes, incluindo de dióxido de enxofre, chumbo e monóxido de carbono. A descida da concentração de partículas deverá resultar da redução do tráfego rodoviário e da melhoria da frota, principalmente dos veículos a gasóleo. Relativamente ao ozono, também a redução do tráfego rodoviário, da actividade industrial e as condições meteorológicas mais favoráveis proporcionaram a melhoria.

O director executivo da Agência Europeia do Ambiente, Hans Bruyninckx, disse que foram feitos importantes progressos nas últimas décadas, mas “largas faixas da população não vivem num ambiente saudável”. Defendeu também que, para avançar para “um caminho sustentável, a Europa deve ser ambiciosa e ir além da actual legislação”.

A poluição do ar nas cidades europeias é responsável por mais de 400 mil mortes prematuras por ano, com custos de milhares de milhões de euros para os sistemas nacionais de saúde. Esses custos poderiam, segundo os ambientalistas, ser evitados. A poluição do ar contribui para reduzir o tempo de vida dos europeus em cerca de nove meses, em média, e é um dos principais factores para a degradação dos ecossistemas.

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