Detectados sinais "consistentes" com caixas negras do MH370

"Ainda não encontrámos o avião", insiste responsável pelas buscas.

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Navio Ocean Shield durante as buscas no Sul do Índico Bradley Darvill/Australian Defence/AFP

Dois sinais “consistentes” com os emitidos por caixas negras de um avião foram detectados pelo sonar acoplado ao navio da Marinha australiana que participa nas buscas ao avião da Malaysia Airlines. “É claramente a pista mais prometedora” conseguida até agora sobre a localização do aparelho desaparecido há quase um mês, anunciou o responsável pelas buscas no Sul do Índico.

A notícia surge dois dias depois de um navio chinês ter detectado um sinal rádio com a mesma frequência da emitida pelos localizadores das caixas negras usadas pela aviação comercial, numa área 600 quilómetros a nordeste do local agora referenciado.

O general Angus Houston, chefe da Autoridade de Segurança Marítima da Austrália (AMSA), insiste que não há ainda qualquer confirmação de que os sinais captados pertencem aos registos de voo do Boeing 777 que desapareceu dos radares a 8 de Março, pouco depois de levantar voo de Kuala Lumpur em direcção a Pequim. “Ainda não encontrámos o avião, precisamos de mais confirmações.”

Houston explicou que os sinais de rádio foram detectados pelo sonar submarino da Marinha norte-americana que está a ser rebocado pelo navio australiano Ocean Shield, numa zona a 1680km a nordeste da cidade de Perth. Foi possível captar a frequência durante duas horas e meia e, quando se perdeu o contacto, o navio deu meia volta e conseguiu detectar os sinais por mais 13 minutos.

“Nesta ocasião foram detectados dois sinais distintos”, explicou o general, sublinhando que “isso é consistente com as transmissões da caixa negra que regista os dados de voo e da que regista as vozes no cockpit”. No entanto, acrescentou, a confirmação de que os sinais emitidos pertencem ao voo MH370 poderá demorar semanas.

Esta é, no entanto, cada vez mais uma corrida contra o tempo. Em caso de acidente, as caixas negras emitem sinais destinados a facilitar a sua localização, mas as baterias destes localizadores têm uma duração estimada de apenas um mês, embora haja casos em que se mantiveram activos bastante mais tempo.<_o3a_p>

Cumprem-se esta terça-feira precisamente 30 dias desde que o avião da Malaysia Airlines desapareceu dos radares depois de levantar de Kuala Lumpur. 

<_o3a_p>Trinta dias depois

O avião, com 239 pessoas a bordo, desapareceu dos radares após uma súbita mudança de rumo, mas segundo sinais captados por um satélite terá continuado a voar durante mais seis horas. As autoridades malaias acreditam que foi intencionalmente desviado da rota até que acabou por se despenhar no Sul do oceano Índico.<_o3a_p>

Neste momento, estão envolvidos um total de nove aviões militares, três aviões civis e 14 navios nas buscas que se realizam numa área de 234 mil quilómetros quadrados, a uns 2000 quilómetros a noroeste de Perth.<_o3a_p>

Caso seja possível definir uma área mais pequena de buscas, será lançado ao mar o submarino não tripulado Bluefin 21, para tentar localizar destroços do avião. Mas também essa será uma tarefa difícil, uma vez que na área onde decorrem actualmente as operações há zonas com 4,5 km de profundidade, o limite máximo do submergível. “Estamos no limite das capacidades e possivelmente ficaremos limitados, se o avião tiver acabado numa zona de águas muito profundas”, admitiu o general.<_o3a_p>

"Pode levar alguns dias até termos informação suficiente para estabelecer se estes sinais detectados podem ser confirmados como pertencendo ao MH370", disse Angus Houston. "Num oceano de águas tão profundas nada acontece depressa."<_o3a_p>
 

   

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