Alemanha forneceu submarinos que Israel está equipar com armas nucleares

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Primeiro dos submarinos fornecidos a Israel e que são construídos em Kiel Foto: Reuters

O Governo alemão está a ajudar, indirectamente, Israel a desenvolver as suas capacidades nucleares. A afirmação é da revista germânica Spiegel, que acaba de publicar uma investigação em que apurou que foram os alemães que construíram e forneceram três submarinos que Israel está a equipar com armamento nuclear

Os submarinos foram construídos na cidade nortenha de Kiel e podem carregar mísseis com ogivas nucleares, de acordo com a mesma revista, que confirmou com o ministro israelita da Defesa, Ehud Barak, o facto de o país estar a ajudar Israel. Os alemães devem estar "orgulhosos" pelo facto de terem ajudado a garantir a existência do Estado de Israel "por muitos anos", disse o ministro, citado pela Spiegel.

A revelação surge quase na mesma altura em que, no Irão, o supremo líder Ali Khamenei lançou um aviso bélico em direcção a Telavive: qualquer ataque terá uma resposta destruidora, segundo contaram as agências internacionais de notícias neste domingo. "Qualquer passo em falso ou decisão inapropriada cairá em cima das cabeças deles como um raio", afirmou Khamenei, num discurso transmitido pela televisão, a propósito do 23.º aniversário da morte do seu antecessor, Khomeini, líder da revolução islâmica.

No passado, afirma a revista Spiegel, o Governo alemão sempre manteve a posição de que não tinha conhecimento do tipo de armas que iriam equipar navios construídos no seu território. E Israel tem adoptado a atitude de não comentar em público o seu programa de armas nucleares. Porém, documentos oficiais a que a revista teve acesso terão provas de que os Executivos da Alemanha sabiam do programa israelita pelo menos desde 1961.

Além dos três submarinos já fornecidos a Israel, a Alemanha irá construir mais três até 2017. A encomenda poderá não ficar por aqui – a mesma revista acrescenta que Israel pondera adquirir mais três. A ajuda alemã, neste caso, traduz-se no pagamento de um terço do investimento do submarino (135 milhões de euros) como aceitou diferir o pagamenro até 2015.

As contrapartidas exigidas pelo Governo de Angela Merkel incluem a exigência de um travão na política de expansão de colonatos e a instalação de saneamento na Faixa de Gaza, parcialmente financiado pelos próprios alemães. Até agora, diz a revista, o Governo de Benjamin Netanyahu não cumpriu nenhuma destas condições.

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