Transtejo recua na proibição de bicicletas nos barcos

A empresa anunciou na quarta-feira que ia ser temporariamente suspendido o transporte de bicicletas em algumas embarcações. No entanto a medida não vai para a frente.

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Miguel Madeira

A Transportes de Lisboa, a empresa que agrega a Carris, o Metropolitano e a Transtejo, anunciou na quarta-feira a proibição temporária do transporte de bicicletas nas ligações fluviais do Montijo, Seixal e Cacilhas. No entanto, a Câmara de Almada rejeitou a medida e a Transtejo anunciou esta quinta-feira que vai manter o transporte destes velocípedes. A Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) não deu indicação para que fosse tomada esta medida, agora revogada.

Face à decisão da transportadora, conhecida na quarta-feira, a câmara dirigiu-se à Administração da Transtejo e à DGRM pedindo que, no período até à introdução de adaptações necessárias, o transporte dos veículos não fosse proibido. Um pedido que a empresa atendeu, embora solicite aos passageiros  que mantenham as bicicletas sob vigilância e parqueadas em local que não condicione os acessos internos das embarcações, por motivos de segurança. 

O PÚBLICO sabe que a DGRM não deu qualquer indicação à Transtejo para que fosse proibido ou suspenso temporariamente o transporte de bicicletas, tendo apenas feito uma recomendação à empresa, em meados do ano passado, para que considerasse a criação nas embarcações de um espaço reservado às bicicletas. Com a decisão divulgada na quarta-feira, a transportadora foi além da recomendação da DGRM tendo recuado perante a contestação, que já prometia uma manifestação em Lisboa

O município de Almada esclareceu em comunicado que adere desde 2001 à celebração da Semana Europeia da Mobilidade, que terminou na terça-feira, promovendo “a introdução de medidas duradouras” e a “intermodalidade enquanto factor essencial para a melhoria das condições de mobilidade dos cidadãos”.

Uma vez que está inserida na “luta” por uma mobilidade sustentável, a câmara sublinha que a conjugação do deslocamento em bicicleta com o transporte fluvial constitui uma alternativa “barata, saudável e interessante em termos urbanos, ambientais e energéticos”. Neste sentido, a autarquia “deu prioridade ao investimento” na construção de percursos intermodais de bicicleta e barco ao nível da rede ciclável, assegurando ligações à estação fluvial da Trafaria e de Cacilhas.

Texto editado por Ana Fernandes

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