StartUp Lisboa vai lançar terceiro pólo para acolher empresas em lista de espera

Criada em Fevereiro de 2012, a incubadora já ajudou a criar cerca de cem empresas. Uma em cada quatro são casos de sucesso, garante a direcção.

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Empresa Nata Lisboa é um dos casos de sucesso nascidos na incubadora StartUp Lisboa Carla Rosado/Arquivo

Um ano e meio depois de ter aberto portas na Rua da Prata, em plena Baixa da capital, a incubadora de empresas StartUp Lisboa vai abrir um terceiro pólo na cidade, dedicado a acolher novas empresas na área da tecnologia. Até ao momento nasceram nesta incubadora mais de uma centena de empresas.

“Temos 24 empresas seleccionadas que estão em lista de espera mas não temos espaço”, justifica o director executivo da StartUp Lisboa, João Vasconcelos. Depois de ter aberto, em Novembro, um segundo pólo destinado às novas empresas na área do comércio, na Rua Castilho, a StartUp volta a apostar na Baixa. “Vamos ter um terceiro edifício, cedido pela Caixa Geral de Depósitos. As obras vão começar depois do Verão”, afirma.

Nos seis pisos do edifício pombalino na Rua da Prata, as novas empresas têm nascido quase como cogumelos. Segundo o director da incubadora, uma em cada quatro são casos de sucesso. “Está muito acima do que estávamos à espera, ficámos surpreendidos, mas isso reflecte a qualidade das empresas”, afirma, sublinhando o interesse crescente de empresários estrangeiros que “querem estar na Baixa”.

Internacionalização é requisito
Das cerca de cem empresas que ali começaram a dar os primeiros passos, 22 já bateram asas. Estão na categoria das “graduadas”, ou seja, já saíram do “ninho” e têm agora o próprio escritório. Quinze iniciaram já o processo de internacionalização. Vasconcelos aponta o caso da Nata Lisboa, que vende pastéis de nata e já tem quase 20 lojas, algumas no estrangeiro, como França ou nos Emirados Árabes Unidos. Ou o da Muzzley, que produz aplicações para smartphones, que até já tem escritório em Silicon Valley, um importante parque empresarial da Califórnia, nos EUA.

Para serem apoiadas pela StartUp Lisboa, as novas empresas têm que preencher um requisito-chave. Ou talvez dois. “O mais importante é a equipa, a experiência e o conhecimento que tem do sector”, diz João Vasconcelos, para depois sublinhar: “a condição para as empresas serem seleccionadas é terem ambições globais, com projectos exportáveis.” Para se candidatarem ao apoio, basta apresentarem a ideia, através do site da StartUp Lisboa. A constituição formal da empresa pode acontecer depois.

A incubadora cede de forma “quase gratuita” o espaço para as empresas se instalarem e as ferramentas para começarem a desbravar terreno. “Temos 40 mentores, fundadores de empresas, que acompanham os novos empresários e os orientam. Desta forma, eles têm acesso privilegiado a quem já passou pelo mesmo”, diz o director executivo. “Eles”, os novos empresários, são quase sempre ex-funcionários de grandes empresas que se despediram para montarem o próprio negócio.  

Segundo o responsável, as empresas nascidas na incubadora já criaram 250 postos de trabalho directos e atraíram cerca de cinco milhões de euros de investimento privado, nacional e estrangeiro.

A StartUp Lisboa nasceu de um projecto apresentado no orçamento participativo da Câmara de Lisboa em 2009, em parceria com o Montepio Geral e o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI).

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