Pulseira da Viagem Medieval da Feira é de cortiça e é um acessório de moda

Próxima edição recriará o reinado de D. Sancho II no centro histórico da cidade, de 31 de Julho a 10 de Agosto.

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A pulseira de acesso ao recinto da próxima Viagem Medieval em Terra de Santa Maria, que acontecerá de 31 de Julho a 10 de Agosto no centro histórico de Santa Maria da Feira, já está à venda e, pela primeira vez, é feita em cortiça natural. E não é por acaso. “A cortiça tem uma relação óbvia com o território. Santa Maria da Feira é o concelho que concentra a maior indústria transformadora de cortiça que, não sendo um elemento endógeno, é um elemento identitário”, explica Gil Ferreira, vereador da Cultura da Câmara da Feira.

Combinam-se assim dois elementos que habitualmente são referidos como marcas identitárias do município, ou seja, a indústria e a cultura. A pulseira, feita com matéria-prima de corticeiras do concelho, tem um fecho de segurança personalizado com a cruz dos Pereiras, ícone da iniciativa, gravada nas duas faces. Mais do que um meio de acesso ao recinto, a ideia é que essa tira de cortiça para colocar no pulso se torne um objecto de colecção. Gil Ferreira acredita que assim será. “A pulseira funciona muito bem até em termos estéticos. É um elemento óbvio de design que traz em si outros valores. É um acessório de moda e acreditamos que despertará muito interesse”, refere.

Este ano, a pulseira custa mais um euro do que no ano passado. Quatro euros se comprada até 31 de Julho e cinco depois dessa data. Dá acesso a dez dias do evento, uma vez que a entrada é gratuita no primeiro dia. Os visitantes podem optar por um bilhete diário que custa dois euros durante a semana e três ao fim-de-semana. As crianças com menos de 1,30 metros de altura não pagam entrada. Segundo Gil Ferreira, a subida de preço “reflecte a realidade dos tempos”. “Um dos objectivos da Viagem é a qualificação e é o reflexo dessa qualificação”, comenta. Na edição do ano passado, as contas feitas inicialmente foram ultrapassadas. Venderam-se 244.677 entradas, mais precisamente 57.290 pulseiras e 187.387 bilhetes diários, que permitiram um encaixe financeiro de cerca de 590 mil euros só na parte da bilheteira. Neste momento, além de vários pontos de venda espalhados pelo concelho feirense, a pulseira pode ser comprada nas lojas Fnac.

A organização, a cargo da câmara local, da empresa municipal Feira Viva, e da Federação das Colectividades de Cultura e Recreio do Concelho da Feira, volta a apresentar a Viagem Medieval em Terra de Santa Maria como a maior recriação dos tempos medievais da Europa. No ano passado, terão passado pela Viagem Medieval cerca de 50 mil pessoas por dia.

Há 17 anos que a cidade da Feira se veste a rigor para recuar aos tempos medievais com encenações, tabernas, artesãos, torneios de cavaleiros, jogos da época, entre outras actividades, num programa recheado. A próxima edição começa a ser instalada no coração do município e volta a contar com a prata da casa. A animação âncora dos dias do evento continua a ser assegurada pelo movimento associativo e artistas locais. E esta entrega eleva as expectativas. “As expectativas são as melhores por tudo aquilo que a Viagem Medieval envolve, pelo envolvimento de uma comunidade que vibra com o evento. Além disso, é uma época apelativa, num período de férias”, sublinha Gil Ferreira. Uma iniciativa que faz questão de não descurar o rigor histórico e que está atenta para que se respeite o período que se pretende retratar. Este ano, serão decalcados alguns dos momentos mais marcantes do reinado de D. Sancho II, quarto rei de Portugal.

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