PSP reajusta policiamento à movida e fecha 11 postos no Porto libertando 114 agentes para o patrulhamento

Plano aplica-se a todo o distrito. Na cidade, a PSP vai encerrar cinco postos e as medidas vão permitir destacar mais 10% do efectivo às patrulhas, incidindo menos nas operações STOP. CMP espera que horário dos transpores públicos seja alargado.

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Ministro da Adminsitração Interna e o Presidente da Câmara do Porto destacaram investimento no policiamento do Porto Renato Cruz Santos

A PSP do Porto vai encerrar 11 postos de atendimento no distrito até Junho para conseguir libertar 114 agentes que irão assim reforçar o patrulhamento. Na cidade, são cinco os postos daquele tipo que irão fechar. Desta forma, o patrulhamento nas principais zonas de animação nocturna será fortalecido como o PÚBLICO já havia avançado. Passa a haver uma maior aposta nesta área, quando até agora o principal investimento era mais visível nas operações STOP para controlo de álcool.

Este reajustamento vai permitir “libertar 10% do dispositivo para a actividade policial”, disse esta segunda-feira o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, durante a assinatura, na Câmara Municipal do Porto, do contrato de arrendamento que vai permitir a abertura da nova esquadra da PSP de Cedofeita.

“Estamos a falar de postos que têm pouca actividade. Em média recebiam uma participação por dia. Vamos libertar agentes do trabalho administrativo”, explicou o comandante da PSP do Porto, superintendente Francisco António Bagina. O oficial admitiu que haverá alguma poupança com o fecho de alguns edifícios, mas que a mesma não será relevante, negando assim que o reajustamento seja fundamentado por questões economicistas.

Também Miguel Macedo recusou essa ideia. “Não está aqui em causa poupar. Temos de tirar elementos presos a actividades administrativas para os pôr na actividade operacional” e conseguir um “aumento de visibilidade que é muito importante para o Porto”, referiu o ministro.

Durante o seu discurso,  o presidente da câmara – entidade que impulsionou o reajustamento do policiamento na<i>movida</i> da Invicta – fez questão de lembrar que o objectivo não é que a PSP abandone a fiscalização do trânsito e da taxa de alcolémia.

“Não se pede à PSP que deixe de fiscalizar o alcoolismo. Não é isso! O que estamos a fazer é a diminuir a necessidade de ocupar toda a policia com essa tarefa, desde logo porque menos gente andará de carro nas noites da <i>movida</i> e, sobretudo, porque os fluxos de trânsito estarão mais bem definidos”, disse Rui Moreira. O autarca sublinhou que “alguns desses postos deixaram mesmo de fazer sentido em alguns locais na nova morfologia que a cidade foi conhecendo e face ao dispositivo agora assumido pela PSP”.

Neste ponto, Moreira admitiu que o posto de Lordelo, que iria ser encerrado, vai afinal manter-se uma vez que a tutela aceitou “abrir uma excepção”. “Pela distância a que está do centro da cidade, pelas dificuldades de mobilidade que ainda subsistem em muitos moradores daquela zona, pelo menos, para já, parecia-nos pouco avisado encerrar já aquele posto”, argumentou Moreira.

A CDU acusou recentemente a tutela de estar com estas medidas a “agravar a redução de meios” na PSP do Porto. Contudo, durante esta cerimónia, Miguel Macedo rejeitou a ideia de que o Governo esteja a desinvestir, considerando, aliás, que “nunca se investiu tanto no Porto e no comando metropolitano do Porto” como nestes últimos três anos.

Durante a cerimónia, onde esteve também o Director Nacional da PSP, Luís Farinha, Macedo aproveitou para salientar que apesar da crise não se verificou um aumento da criminalidade.

O reajustamento no Porto, explicou Rui Moreira, tornou-se necessário face uma nova dinâmica da movida portuense e ao crescimento do turismo no Porto. Entre outras medidas acessórias ao policiamento, o autarca anunciou o condicionamento do trânsito em “zonas de maior pressão” no centro da cidade e o estímulo do “uso do transporte público”.

A Metro do Porto e a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto foram desafiadas pela autarquia a adoptarem horários de 24 horas durante o fim-de-semana. A câmara estuda ainda a possibilidade de fecho de algumas ruas nas madrugadas e a aposta na videovigilância e na dinamização do parque de estacionamento do Silo-auto, que o anterior autarca, Rui Rio, quis vender. Além disso, a PSP contará com seis patrulhas de bicicleta, sendo duas delas da Polícia Municipal.

Esquadra em edifício penhorado
Após um período de obras, o actual edifício da antiga junta de Cedofeita – entretanto incluída na união de freguesias do centro histórico do Porto – vai acolher a esquadra da PSP de Cedofeita. O edifício continua, porém, penhorado por dívidas de cerca de um milhão à Caixa Geral de Aposentações, confirmou o presidente da união de freguesias, António Fonseca. Aquele autarca conseguiu adiar a venda do edifício pelas Finanças, em hasta pública, só após ter apresentado mais garantias. “Adicionámos o edifício da antiga Junta de Santo Ildefonso à penhora. As Finanças notificaram-nos para acrescentar uma garantia de mais 400 mil euros. Neste momento estão a avaliar se basta esse edifício ou se são necessários mais, que temos”, explicou. Segundo o autarca, a união de freguesias passará a receber três mil euros mensais pelo arrendamento edifício à PSP e manterá um serviço de atendimento aos munícipes no rés-do-chão. O PSD/Porto criticou recentemente a decisão por esta não ter passado pela assembleia de freguesia, mas Fonseca rejeitou que tal fosse necessário por ainda estar em causa um contra-promessa de arrendamento. “Não irá ser uma questão jurídica a impedir esta solução”, disse Miguel Macedo, referindo-se à penhora. 

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