Prótoiro diz que tribunal indeferiu providência pedida pela Câmara de Viana

Organizadora da corrida de touros marcada para domingo, na freguesia de Darque, afirma que já não há nada que a autarquia possa fazer para evitar a tourada.

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Tal como no ano passado, está marcada uma manifestação contra as touradas Nelson Garrido/Arquivo

A Prótoiro anunciou esta sexta-feira que o Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga (TAFB) indeferiu a providência cautelar requerida pela Câmara de Viana do Castelo para tornar “provisoriamente proibido” o funcionamento da praça de touros amovível que foi montada na freguesia de Darque pelos promotores da tourada de domingo.

Em comunicado enviado à imprensa, a Federação das Associações Taurinas sublinhou que “fica agora definitivamente garantida” a realização da designada “Tourada da Liberdade”, que vai acontecer no próximo domingo, dia 18 de Agosto, às 17 horas, em Darque, na margem esquerda do rio Lima.

Segundo a Prótoiro, a praça amovível “Ricardo Chibanga”, com capacidade para acolher cerca de 3300 pessoas, “já está pronta a receber o espectáculo e a PSP e os Bombeiros de Viana também já organizaram todos os pormenores relativos ao trânsito, estacionamento e segurança”. Ainda de acordo com a Prótoiro, a venda de bilhetes “decorre a um ritmo elevado, superando todas as expectativas, esperando-se assim uma grande
enchente” no próximo domingo.

O PÚBLICO tentou a ouvir uma reacção do presidente da Câmara de Viana do Castelo, mas tal ainda não foi possível. Nos últimos dias, José Maria Costa já tinha reforçado que o plano de mobilidade que a autarquia exigira à promotora da tourada, a Prótoiro, como condição para reconsiderar o indeferimento do licenciamento da arena amovível, só servira para reforçar a convicção da autarquia de que o local não é adequado para receber o evento.

Além da “ausência de condições de segurança”, a câmara alega que a implementação do plano de mobilidade implicará o condicionamento do trânsito, durante seis horas, de uma estrada que serve 200 habitações. Situação que o município classificou como “inaceitável”, por privar, parte significativa da população da freguesia de qualquer acesso de emergência.

Na quarta-feira a Câmara de Viana também entregou ao TAFB a contestação ao decretamento da outra providência cautelar, aquela que o tribunal concedeu à Prótoiro. A federação tinha pedido a providência com o argumento de que o presidente da câmara já anunciara que tudo faria para impedir que se realizasse, pelo segundo ano consecutivo, uma corrida de touros no município que, em 2009, se declarou "antitouradas".

Como o PÚBLICO já noticiou, essa contestação da câmara dificilmente será objecto de uma decisão judicial em tempo útil, até porque pressupunha que a Prótoiro se pronunciasse sobre a pretensão num prazo que esta fará questão de esgotar.

Com a decisão agora anunciada pela Prótoiro, a corrida de touros irá mesmo acontecer e já tem confirmada, à porta do recinto instalado em terrenos privados junto da antiga seca do bacalhau, uma manifestação promovida pelo movimento “Viana Antitouradas”. O protesto contará igualmente com a presença de elementos da associação Animal que reconhece que já nada mais pode ser feito, judicialmente, para travar a corrida de touros.

 

 

 

 

 
 

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