Protecção Civil dá incêndio no Algarve como dominado

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Francisco Leong/AFP

O incêndio que lavra há três na serra algarvia foi dado como dominado às 17h45 deste sábado pela Protecção Civil, que avança que as operações de combate ao fogo “decorrem favoravelmente”.

No site da Protecção Civil, a informação disponível sobre o fogo que deflagrou na tarde de quarta-feira em Catraia, concelho de Tavira, e que nos últimos dias se tem aproximado de São Brás de Alportel, indica que o incêndio está em fase de resolução. No terreno mantêm-se 1027 bombeiros, apoiados por 237 viaturas e 13 meios aéreos.

O segundo comandante nacional da Protecção Civil, José Codeço, disse aos jornalistas que existem ainda focos do incêndio que merecem especial atenção, a norte do concelho de São Brás de Alportel e na zona junto a Cachopo, em Tavira. “As forças ainda estão no terreno e foram consideradas em todos os sectores como sendo suficientes, pelo que nós podemos declarar o incêndio dominado”, afirmou, pelas 18h, acrescentando que os meios deverão manter-se para combater eventuais reactivações.

José Codeço sublinhou que poderá ainda haver frentes activas, mas dentro do perímetro do incêndio (aproximadamente 75 quilómetros), pelo que a probabilidade de a área atingida se estender é "muito reduzida".

Esta manhã, as chamas continuavam a progredir em direcção a São Brás de Alportel mas com menos intensidade que nos últimos dias. Com uma frente activa de cerca de 30 quilómetros, este incêndio provocou o pânico no Algarve, deixando para trás um rasto de destruição, incluindo algumas habitações nesta sexta-feira. Seis bombeiros sofreram ferimentos ligeiros durante o combate às chamas.

Horas antes da Protecção Civil ter dado o fogo como dominado, o presidente da Câmara de São Brás de Alportel defendia, citado pela Lusa, que “houve algo que falhou” na coordenação do combate às chamas que lavraram na serra algarvia. “Em São Brás de Alportel, o que posso afirmar é que no dia de quinta-feira houve algo que falhou. O incêndio conseguiu chegar de Cachopo à zona de Cabeça do Velho mais depressa do que o primeiro bombeiro”, explicou António Eusébio.

O autarca recorda que as primeiras casas começaram a arder pelas 18h na Cabeça do Velho e “os bombeiros só chegaram por volta das 20h10”. Ao todo, o autarca contabilizou dez casas ardidas nos locais da Mesquita, Arinbo, Barranco da Figueira e Cabeça do Velho.

Faísca terá causado incêndio

A Polícia Judiciária de Faro está já a investigar a origem do fogo, que poderá ter começado com uma faísca saída de uma rebarbadora no decurso dos trabalhos de montagem do parque eólico que está a ser erguido no sítio da Catraia, no concelho de Tavira.

Foi aqui que as primeiras chamas se acenderam cerca das 14h de quarta-feira, a apenas quatro quilómetros de distância de Cachopo, onde se encontra sedeado o destacamento do Grupo de Intervenção Permanente da GNR, uma frente avançada da Guarda destinada a prevenir os fogos florestais. O presidente da Câmara de Tavira, Jorge Botelho, diz que não é tempo de lançar polémicas, mas avança não "compreender" como é que se chegou a esta situação, "com tantos meios à disposição".

Beja, Évora e Setúbal em alerta amarelo para risco de incêndio

A partir das 16h deste sábado e até às 20h de terça-feira, a Protecção Civil colocou os distritos de Beja, Évora e Setúbal em alerta amarelo (o segundo nível menos grave de uma escala de quatro) para risco de incêndio. “Accionámos o alerta amarelo porque, tendo em conta as previsões meteorológicas, entendemos ser necessário tomar medidas preventivas para diminuir o risco de incêndio”, disse à Lusa fonte da Protecção Civil

Para os próximos dias, o Instituto de Meteorologia prevê temperaturas entre 32 e 37 graus para Beja, entre 33 e 37 graus para Évora e entre 30 e 34 graus para Setúbal.

Última actualização às 19h02
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