Praia de Ofir fechada para obras, veraneantes e concessionários criticam

Desaparecimento do areal e alguns danos estruturais ao passadiço causados pelas ondas durante o Inverno passado levaram ao encerramento da praia contemplada com uma bandeira azul.

A época balnear em Esposende abriu oficialmente no domingo, mas a praia de Ofir está “fechada para obras”, com o areal invadido por camiões e maquinaria pesada, uma situação criticada por veraneantes e concessionários mas considerada “inultrapassável” pelas autoridades.

“Já podíamos estar a facturar e não facturamos. Deviam ter preparado isto mais cedo e fazer umas obras em condições”, queixou-se João Miguel, concessionário da praia.

Com o areal cheio de máquinas e camiões, as barracas ainda estão por montar e o bar de João Miguel continua por abrir.

“Dizem-nos que, em princípio, até ao final desta semana isto estará pronto. Esperamos que sim, porque se nós estamos aqui é para trabalhar”, acrescentou o concessionário.

Fustigada pelo mau tempo do último inverno, a praia de Ofir, mesmo junto às três torres de apartamentos, ficou praticamente sem areal, além de ver o passadiço de acesso destruído.

Neste momento, a praia, entre o molhe sul e a torre mais a norte, está interditada.

O acesso ainda não foi reposto e decorrem as obras de ripagem de areia, um processo pelo qual é extraída areia da água para ser colocada no areal.

“Antes do final deste mês, estas primeiras intervenções estarão prontas, para que os veraneantes possam usufruir da praia em condições de segurança”, disse à Lusa o presidente do Conselho de Administração da sociedade Polis Litoral Norte.

Pimenta Machado disse entender os protestos de veraneantes e concessionários, mas lembrou que estas intervenções, financiadas por fundos comunitários, têm prazos e procedimentos concursais “inultrapassáveis”.

“Projectos, candidaturas, concursos, escolha de propostas, tudo isso tem os seus prazos e um conjunto de regras de transparência muito exigentes”, sublinhou.

O PCP de Esposende já criticou a realização desta intervenção em plena época balnear, que diz configurar falta de planeamento e desrespeito pelas pessoas.

“As populações não foram informadas, tudo assume a feição de desnorte, falta de rumo, falta de planeamento, falta de respeito pelas pessoas”, refere o PCP, em comunicado, criticando ainda a “passividade” da Câmara.

A Lusa contactou a Câmara de Esposende, que se escusou a qualquer comentário.

Em Ofir, para reforço do sistema dunar e protecção da linha de costa da praia de Ofir, onde se situam as três torres de apartamentos, o Polis Litoral Norte vai investir 1,2 milhões de euros.

Segundo Pimenta Machado, “a obra mais pesada, estruturante, será feita a partir de Setembro”, depois de terminada a época balnear.

No último inverno, aquelas três torres, com um total de cerca de 200 apartamentos, foram ameaçadas pelas marés vivas, já que a água ficou a escassos metros de distância.

A praia de Ofir foi contemplada com a bandeira azul da Europa, mas, para já, o mastro continua "despido", à espera que estão reunidas as condições para hastear aquele galardão.

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