Oposição questiona valor a pagar pela Sonae por acessos ao Norteshopping

Centro Comercial vai ser ampliado, mas os 1,5 milhões de euros a pagar por obras na rede viária parecem pouco para PS e PSD.

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Para a ampliação do Norteshopping será permutado um parque de estacionamento público em troca de um terreno privado junto ao cemitério da Senhora da Hora FernandoVeludo/nfactos

Os vereadores do PSD e do PS votaram contra a permuta de terrenos entre a Câmara de Matosinhos e a Sonae Sierra, para ampliação do Norteshopping. Em causa não está o valor atribuído às áreas a permutar – um parque de estacionamento público em troca de um terreno privado junto ao cemitério da Senhora da Hora – mas os compromissos assumidos quanto à repartição dos custos com a construção de novas infra-estruturas viárias nas imediações.

Como havia sido noticiado na passada sexta-feira, o acordo entre as partes, que vai permitir ao município ampliar o cemitério da Senhora da Hora e à Sonae Sierra aumentar a área do shopping dos actuais 36.400 metros quadrados para os 44.400m2, implica alterações profundas no esquema viário da zona, para corresponder ao expectável aumento da circulação de automóveis. Fica definido que a Sonae será responsável pelo pagamento das obras necessárias até ao montante de 1,5 milhões de euros, mas o PS e o vereador do PSD, Pedro da Vinha Costa, temem que essa verba seja insuficiente.

Na proposta levada a votação esta terça-feira descreve-se que a ampliação do centro comercial terá de ser contrabalançada com um acesso de saída Norte-Sul da A28 para a rua Eduardo Torres e construção das duas rotundas previstas pela câmara, uma no final desse acesso e, outra entre a rua Eduardo Torres e a Circunvalação. Prevê-se ainda a construção de um acesso de saída Sul-Norte da A28 para a rotunda da feira da Sra. da Hora, acessos de entrada e saída na mesma auto-estrada a partir da zona do Estádio do Mar e um acesso de entrada na A28 para o tráfego que circula de sul para norte a partir da rotunda da feira da Sra. da Hora.

Na proposta está ainda inscrita a construção de uma passagem superior entre o Estádio do Mar e a Barranha, para substituir um túnel sob a A28 a ligar estas duas zonas, mas Guilherme Pinto respondeu às dúvidas suscitadas pela oposição explicando que, ao contrário das restantes, esta empreitada fica de fora das obrigações da Sonae, dado haver já a alternativa subterrânea – a câmara pretende é substituir uma por outra.

Quanto às obras restantes, o autarca independente assegura que, mesmo sem projectos, o cálculo do investimento necessário, efectuado pelos serviços camarários, baseou-se nos valores mais elevados para intervenções deste tipo. Já após a reunião, o autarca explicou aos jornalistas que se algo estiver errado nos cálculos não se importa que o município tenha de arcar com os valores remanescentes, dada a importância desta reformulação viária. Que, assinalou, está a ser acompanhada de perto e autorizada pela empresa Estradas de Portugal, no que à A28 diz respeito.

Numa reunião pública de mais de quatro horas, a longa agenda tinha vários pontos que mereceram discussão. Um deles era a aprovação da dação em pagamento, por parte da Petrogal, de uma área de terreno na Quinta de Real, onde estão a ser desmantelados os depósitos de combustível de três empresas do sector. Guilherme Pinto assumiu que tem para todo o espaço uma ideia diferente da que assumira há uns anos – o prolongamento, para Matosinhos, do Parque da Cidade do Porto – mas também deixou claro que não será o actual executivo a tomar uma decisão.

Para o independente, seria importante que a câmara e as três empresas contratassem um urbanista que pensasse toda o parque, onde haverá construção de habitação, comércio e equipamentos, para além de uma área verde. E, defendeu, Matosinhos precisa de uma grande praça que não tem, e que poderia ser ali construída.

A oposição está no entanto mais preocupada, neste momento, com a solução encontrada para as tubagens que ligam o porto de Leixões a esta área de depósitos. As petrolíferas vão inertizá-las, mas elas ficarão no subsolo da cidade até que se afigure necessário retirá-las e será a câmara a pagar essa futura desmontagem. Guilherme Pinto tentou descansar PS e PSD garantindo que o que a autarquia vier a ganhar a vender a sucata compensa os custos de retirar os pipelines.

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