Oito veículos protestam contra portagens na Via do Infante

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As portagens na Via do Infante geraram fortes protestos Público

Uma caravana de oito automóveis integrou neste sábado a marcha lenta/buzinão de protesto contra as portagens organizada pela Comissão de Utentes da Via do Infante (A22), entre Loulé e Faro, constatou a agência Lusa no local.

A marcha lenta teve início cerca das 18h e seguiu de Loulé em direcção à capital algarvia, passando pelo aeroporto de Faro, sempre acompanhada de perto pela GNR, que rodeou a caravana com batedores durante o percurso para evitar constrangimentos no trânsito.

Questionado pela Lusa sobre o número reduzido de participantes no protesto, João Vasconcelos, da Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI), respondeu que o “importante é manter viva a luta contra as portagens” e “assinalar o começo dos protestos a empreender durante o verão”.

João Vasconcelos acrescentou que a estrutura irá em agosto “manifestar-se à porta das casas de férias do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e do presidente da República, Cavaco Silva, na Manta Rota e na Aldeia da Coelha, respectivamente, assim como na festa do Pontal”, que assinala a reentrada política do PSD após as férias de verão.

“Estas acções de verão são realizadas pela CUVI. Isto é difícil, há muito calor, mas o importante é fazermos ver que o Algarve resiste, não se rende e, mais dia, menos dia, este ou outro governo, terá que acabar com as portagens, porque não são compatíveis com o desenvolvimento do Algarve”, afirmou ainda o dirigente da Comissão de Utentes da antiga auto-estrada Sem Custos para o Utilizador (SCUT) da região.

O porta-voz da Comissão de Utentes sublinhou que a CUVI já “fez iniciativas com dezenas, com centenas e com milhares de pessoas, mas isso não importa, uma vez que o importante é manter a luta contra as portagens viva”.

João Vasconcelos criticou o contrato de Parceria Público Privada (PPP) da Via do Infante, que disse ser “muito ruinoso” para o Estado, “embora o Governo diga que renegociou” o contrato.

“Para isso acontecer é preciso que os bancos credores e o Tribunal de Contas aceitem, por isso é uma falácia e uma aldrabice, no nosso ponto de vista, essa renegociação”, considerou o representante dos utentes da A22, que exigiu ao Governo conhecer “qual o prejuízo que esta PPP dá, mesmo com as portagens” introduzidas a 8 de Dezembro de 2011.

O dirigente da CUVI quer ainda que “o Governo torne público um anexo do contrato, o número 16, que é confidencial, é secreto, e a Comissão exige ter acesso a ele para saber o que lá está disposto”.

“Consideramos que deve ser algo de muito grave e é por isso que o Governo não o mostra. Por isso, só nos resta lutar e prosseguir a luta”, acrescentou, relembrando que a “requalificação da Estrada Nacional 125 continua por fazer” e “os acidentes a aumentar”, porque “não é uma alternativa à Via do Infante”.

 

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