Nova versão do PDM de Coimbra aposta na reabilitação urbana

Revisão do Plano Director Municipal vai ser votado na câmara na segunda-feira.

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A Cãmara de Coimbra pretende atrair novos moradores para o centro da cidade Carla Carvalho Tomás

O Plano Director Municipal (PDM) de Coimbra aponta a "reabilitação urbana e a salvaguarda do património cultural e ambiental", com destaque para a área classificada pela UNESCO, [Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura]", como uma das suas principais linhas estratégicas disse esta sexta-feira o presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado..

O documento, a submeter à apreciação do executivo municipal na segunda-feira, aposta igualmente na "promoção empresarial", designadamente através da criação de novas áreas de actividade e da requalificação das mais antigas, disse Manuel Machado, que falava numa conferência de imprensa para apresentação do projecto, que, como sublinhou, culmina o trabalho desenvolvido, nos últimos tempos, por técnicos da Câmara e pelos anteriores e actual executivos municipais.

Definindo uma estratégia de desenvolvimento territorial, assente na afirmação da cidade como um "espaço metropolitano de referência" e de fixação de empresas e de pessoas, o plano preconiza, igualmente, transformar Coimbra num polo de excelência na educação, investigação, ciência e cultura, na saúde e como um "município verde e saudável".

A criação de "um 'cluster' da saúde líder no mercado ibérico e referência no mercado europeu" é uma das metas apontadas pelo documento, que se for aprovado pelo executivo camarário, na sua reunião de segunda-feira, deverá ser apreciado pela Assembleia Municipal durante o mês de Abril, de acordo com a previsão de Manuel Machado.

A mobilidade eco-eficiente é outro dos objectivos do projecto de revisão do PDM, em vigor desde 1994, o que exige o favorecimento do transporte colectivo, apoiado, designadamente, na concretização do plano do metro ligeiro de superfície, que prevê a ligação do ramal ferroviário da Lousã (que serve centros populacionais como Serpins, Lousã, Miranda do Corvo e Ceira) ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, na Alta da cidade, e ao terminal ferroviário de Coimbra B (Linha do Norte), na Baixa.

O incremento da mobilidade entre Coimbra e os municípios vizinhos e o resto do país implica também a conclusão do IC3 (Coimbra-Tomar) na travessia da cidade e sua ligação ao IP3 (Coimbra-Viseu), sustenta o mesmo documento, no qual também é apontada a necessidade de promover a interoperabilidade dos transportes.

A interoperabilidade dos transportes depende ainda de empreendimentos como a requalificação da Estação Velha (designação pela qual é também conhecida a gare ferroviária de Coimbra B), que Manuel Machado faz questão de apelidar de "apeadeiro velho" e que afirma ter de "passar a estação".

A Câmara de Coimbra prevê, no entanto, intervir no sentido de atenuar as dificuldades de circulação e de estacionamento automóvel na área envolvente da estação de Coimbra B, projectando mesmo a abertura de um novo arruamento, paralelo à via ferroviária, entre a gare e o terminal rodoviário situado na avenida Fernão de Magalhães.

O projecto de revisão do Plano Director Municipal (PDM) de Coimbra prevê ainda um aumento de cerca de 8% das zonas verdes, disse o presidente do município. Os solos urbanos (áreas urbanizadas e urbanizáveis) diminuem cerca de 4%, em relação ao plano em vigor (aprovado em 1994), adiantou Manuel Machado, referindo que, por outro lado, de acordo com o mesmo documento, a área do concelho destinada às actividades económicas aumenta 4%.

A Câmara "aposta na reabilitação urbana" e em fazer regressar pessoas "ao centro histórico da cidade", para que volte a ser "um espaço de habitabilidade", disse Manuel Machado. Para isso são necessários, no entanto, apoios, designadamente no âmbito do próximo quadro comunitário de apoio, salientou o presidente da Câmara, sustentando que "o Governo deve ter em conta" a situação, "direccionando os fundos estruturais [europeus] para a reabilitação urbana.

Além disso, a Câmara quer "estimular a utilização e consolidação da área urbana" e "dar uso ao solo urbanizável", salientou Manuel Machado, referindo que não faz sentido criar mais áreas urbanizáveis, enquanto se mantiverem desocupadas ou subaproveitadas as zonas já destinadas para esse fim.

As áreas da reserva agrícola e ecológica nacional no concelho de Coimbra registam "um ligeiro aumento", resultante essencialmente da integração de uma faixa do Paul de Arzila, que vinha sendo atribuída ao concelho de Condeixa-a-Nova. Mas a agricultura é entendida, no projecto de revisão do PDM, como "uma actividade importante para Coimbra", afirmou Manuel Machado.

Para o espaço rural do concelho, a Câmara aposta, também por isso, no turismo, nas actividades e produtos locais (artesanato e viveiros), na qualificação das áreas florestais e na valorização da actividade agrícola, mas, advertiu, isso impõe a conclusão do projecto de aproveitamento hidroagrícola do Baixo Mondego.

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