A hasta pública promovida pela Câmara da Nazaré para vender 15 veados ficou deserta, mas o procedimento deve repetir-se em Setembro. O presidente da autarquia admite baixar o preço dos animais.

O preço base de licitação do lote de 15 veados, nove machos e seis fêmeas, era de 3.750 euros. A hasta pública realizou-se esta manhã mas ninguém apresentou propostas para a compra dos cervídeos, que podem ser vistos no cercado do Pinhal de Nossa Senhora da Nazaré.

"Este não é um processo muito habitual, por isso estamos todos a aprender", disse ao PÚBLICO o presidente da câmara, adiantando que na próxima hasta pública vão ser "corrigidos alguns aspectos". Segundo Jorge Barroso, em Setembro os animais serão vendidos em vários lotes, e não apenas num.

O autarca acredita que nessa altura a hasta pública não ficará deserta, já que eventuais interessados terão mais tempo para conseguir o necessário alvará da Autoridade Florestal Nacional. Explica Jorge Barroso que só quem tiver esse documento atestando que tem condições para albergar os veados poderá concorrer à sua compra.

Quanto ao preço, o presidente da Câmara da Nazaré acredita que este não foi "o aspecto crítico" para o insucesso da hasta pública que se realizou hoje. "Mas também não queremos que seja uma barreira. Podemos mexer no preço porque não estamos a contar com isto para resolver os problemas económicos do município", admite ainda assim Jorge Barroso.

Neste momento vivem no cercado do Pinhal de Nossa Senhora da Nazaré 33 veados, dos quais sete são crias nascidas nas últimas semanas, e quatro gamos. A Câmara da Nazaré considera que a população de veados é "demasiado grande para o habitat onde estão inseridos" e alerta que a manter-se o "acentuado" nível de reprodução da espécie "o seu habitat poderia entrar em desequilíbrio e degradar as condições de vida".

É por isso que o presidente da autarquia admite que a alienação de veados “passe a ser uma prática sistemática”, através da realização de uma hasta pública por ano.