Multa para director técnico do Theatro Circo por causa de acidente com criança

Tribunal condenou responsável do teatro de Braga por crime de ofensa à integridade física por negligência, num caso que remonta a 2010.

Foto
Fernando Veludo/nfactos

O director técnico do Theatro Circo de Braga vai ter de pagar uma multa de 1500 euros por causa da queda de uma criança no fosso de orquestra daquela sala de espectáculos, em 2010. O tribunal deu como provada a culpa daquele responsável no acidente, que provocou ferimentos graves na vítima, condenando-o por um crime de ofensa à integridade física por negligência.

A sentença do tribunal de Braga condena o técnico do teatro a 150 dias de multa, à taxa diária de 10 euros, totalizando 1500 euros. A decisão judicial, citada pela agência Lusa, diz que o técnico do teatro foi negligente porque devia ter tomado medidas para prevenir que este não acontecesse, nomeadamente colocando um gradeamento que protegesse a entrada do fosso de orquestra. O juiz alertou para o “perigo” que constituía o palco do Theatro Circo por causa da altura a que se encontra.

O acidente aconteceu em Dezembro de 2010, durante um espectáculo de Natal. Durante o intervalo, a criança, então com quatro anos, saiu do seu lugar e caiu no fosso de orquestra, de uma altura de 9,5 metros. A vítima sofreu um traumatismo crânio-encefálico com fractura e afundamento do parietal esquerdo e fractura da tíbia da perna esquerda, tendo necessitado de dez dias de internamento. Como sublinha o tribunal, do incidente resultaram “sequelas graves e permanentes”, quer física quer psicológicas.

Além da condenação a pena de multa de 1500 euros, o director técnico e de segurança do Theatro Circo terá ainda de indemnizar a família da criança vitimada por este acidente. Essa verba será negociada entre as partes.

O tribunal julgou apenas o director técnico do Theatro Circo, um vez que o Ministério Público tinha ilibado de responsabilidades a empresa municipal que gere a sala de espectáculo de Braga, decidindo não haver matéria para a levar a julgamento. No entanto, o caso levou a uma revisão dos procedimentos de segurança naquele equipamento cultural, nomeadamente com a colocação de uma grade de protecção do fosso de orquestra. “Se fosse hoje em dia, uma situação destas não aconteceria”, garante fonte do teatro bracarense ao PÚBLICO.

Sugerir correcção
Comentar