O projecto “Porto Light Experience”, desenvolvido como uma versão de design de luz sobre a estrutura metálica Metamorfose, conseguiu o terceiro lugar num concurso em que se procuravam projectos que, para além da sua importância ao nível da intervenção no espaço público, tivessem o LED como elemento de união. O projecto fez parte da iniciativa “Locomotiva Porto Lazer” e teve já duas versões de design de luz, como explica José Nuno Sampaio, co-autor do projecto.

A Metamorfose, que se destaca na Ruína da Oliva, foi também construída a partir de uma candidatura para reabilitar zonas da cidade. A dupla de arquitectos do FAHR 021.3 decidiu tentar revitalizar o espaço sem que este perdesse a essência: “A metamorfose permitiu casar uma visão contemporânea da estrutura de intervenção, mas com grande integração na paisagem já existente”, justifica Hugo Reis, um dos mentores do projecto. “Acaba por ser uma metamorfose de tempos, de passagem de pessoas, relações de materiais”. O processo criativo passou também por ligar o digital ao conceito, que se materializa sobretudo na cor.

O processo foi gradual e a instalação apenas recebeu as luzes LED, que tornaram o projecto elegível ao concurso, numa segunda fase. O objectivo seria dar à obra um novo foco durante a noite, para captar novos olhares. Esta segunda fase foi feita em parceria com o Lighting Living Lab, que conseguiu transformar a estrutura numa instalação interactiva, com jogos de luzes e cor. Foi, aliás, com esta iniciativa, que se organizaram vários eventos à volta da metamorfose:  “Houve um momento em que as pessoas poderiam enviar mensagens do telemóvel para a estrutura, e outro em que um Dj esteve lá e houve uma combinação de som e de luz”, contam os responsáveis da FAHR 021.3, que foi criada em 2012.

“Este tipo de prémios acaba por ser um reconhecimento de todo o esforço e de todo o trabalho que fizemos”, dizem. A FAHR 021.3 foi também reconhecida no passado mês com o Universal Design Award, no Taiwan, com a Estrutura de S. João. “É uma estrutura com balões espelhados, e é o corpo das pessoas que acaba por dar cor aos balões”, explica Hugo Reis.

Texto editado por Ana Fernandes