Manifestantes desistiram de ocupar o centro de saúde de Azevedo de Campanhã e saíram às 20h

Utentes desta zona desfavorecida do Porto contestam o encerramento da unidade decidido pela Administração Regional de Saúde do Norte.

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Manifestantes gritaram "O posto é do povo, o posto é nosso" Ricardo Castelo/NFactos
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Manifestantes gritaram "O posto é do povo, o posto é nosso" Ricardo Castelo/NFactos
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Nunca chegaram a estar mais de quatro polícias no centro de saúde Ricardo Castelo/NFactos
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Manifestantes concentraram-se no centro de saúde a partir das 17h Ricardo Castelo/NFactos
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Deputados municipais do PCP participaram no protesto Ricardo Castelo/NFactos

Os cerca de 50 utentes da Unidade de Saúde Familiar do centro de saúde de Azevedo, Campanhã, Porto, que prometiam ocupar aquele edifício em desacordo com o seu encerramento, acabaram por, afinal, sair à hora do fecho.

Durante várias horas, os moradores entoaram palavras de ordem no interior do centro, mas ao primeiro pedido dos quatro agentes da PSP que se encontravam mobilizados para fazer face a qualquer altercação, saíram de imediato, pelas 20h, e sem oferecerem qualquer resistência.

Já no exterior do edifício, os moradores, a maioria do Bairro do Lagarteiro, constituíram uma comissão de utentes daquela unidade formada por 11 pessoas. “Na segunda-feira vamos partir daqui às 9h e rumar para as instalações da Administração Regional de Saúde do Norte, na Rua de Santa Catarina. Vamos lá para nos manifestarmos à porta contra este encerramento. Lutámos muito para ter esta unidade aberta. Não é agora que vamos desistir dela”, disse Orlindo Teixeira, um dos dinamizadores da comissão de utentes.

Apesar da saída rápida e sem qualquer desacato, alguns utentes desentenderam-se. Durante alguns minutos vários criticaram os que acederam prontamente a sair. “Devíamos ter ficado lá dentro. Agora já está fechado e nunca mais vai reabrir. Não vão querer saber mais de nós”, disse uma utente já na rua.

Durante três horas, um grupo vasto de utentes permaneceu dentro daquela unidade de saúde concentrando-se no hall de entrada e, mais tarde, na sala de espera. Vários subiram às cadeiras da sala para entoarem palavras de ordem contra o encerramento. “O posto [de saúde] é nosso. O posto é do povo”, proclamaram. Os utentes chegaram mesmo a lavrar um protesto no livro de reclamações do centro que foi assinado por centenas de pessoas contra o encerramento que foi comunicado nesta sexta-feira à população. A Administração Regional de Saúde do Norte considera que o edifício não tem condições de salubridade e de segurança.

 
 
 
 

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