Madeira recebeu “prenda” antecipada de 280 milhões nos 50 anos do aeroporto

Pista de Santa Catarina foi inaugurada a 8 de Julho de 1964 pelo Chefe de Estado, Américo Thomaz.

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A Região Autónoma da Madeira recebeu, no ano em que comemora o 50.º Aniversário do Aeroporto da Madeira, um encaixe financeiro de 80 milhões de euros pela alineação da sua quota na empresa gestora das infra-estruturas do arquipélago.

A “prenda” de bodas-de-ouro inclui a assunção da totalidade do passivo da Aeroportos e Navegação Aérea da Madeira (ANAM), na ordem dos 200 milhões de euros, por parte da holding Vinci Concessions, que ganhou o contrato de concessão de todos os aeroportos portugueses nos próximos 50 anos. "Com a concessão dos aeroportos portugueses, o concessionário assumiu a dívida, o que nos libertou de um encargo bastante pesado", reconheceu o presidente do governo regional, Alberto João Jardim.

Do negócio inserido no processo de privatização da ANA, esta Região Autónoma vai também beneficiar com a redução das taxas nos dois aeroportos do arquipélago, decorrente da convergência para o tarifário nacional em 10 anos e a partilha de receitas com a concessionária. A ANAM vai ainda beneficiar de uma operação harmónio para reforçar o seu capital por parte da ANA, detida pela francesa Vinci, que garante a injecção de 90 milhões de euros a serem investidos nos aeroportos da Madeira e do Porto Santo.

O anterior contrato de concessão entre a Região Autónoma e a ANAM (empresa de capitais exclusivamente públicos, dos quais a ANA detinha 70%, a Madeira 20% e o Estado Português 10%) terminava em 2033. Com a celebração em 2013 do novo contrato com a Vinci, o prazo foi alargado para até 2062, terminando em vésperas do aeroporto celebrar o seu primeiro centenário.

A primeira pista de aterragem do então Aeroporto de Santa Catarina, com 1600 metros de extensão, foi inaugurada pelo Chefe de Estado, almirante Américo Thomaz, a 8 de Julho de 1964. Posteriormente esta infra-estrutura veio a beneficiar de desenvolvimentos, como a construção do projecto de segurança, a ampliação da pista dimensionada para voos intercontinentais e da placa de estacionamento de aeronaves paraa sua actual configuração, bem como o novo terminal, com capacidade para receber 3,5 milhões de passageiros por ano, inaugurado em 2002.

Considerada de primordial importância estratégica para o desenvolvimento desta região insular e ultraperiférica, que tem no turismo uma das suas principais actividades económicas, a nova pista com 2781 metros de comprimento foi inaugurada a 15 de Setembro de 2000, pelo Presidente da Republica, Jorge Sampaio. “Foi uma conquista importante para a Madeira", afirmou Jardim sobre a obra mais emblemática dos 36 anos na chefia do governo regional. A obra teve um custo superior a 500 milhões de euros, suportados pela região e por fundos comunitários.

A estrutura de ampliação da pista – que curiosamente atravessa duas cidades: Santa Cruz e Machico – foi projectada pelo engenheiro António Segadães Tavares que reviu e adaptou o estudo existente desde 1980 da autoria do engenheiro Edgar Cardoso. Obra de grande complexidade técnica, ganhou em 2004 o Prémio Mundial de Engenharia de Estruturas, para além de ter sido seleccionada pela Ordem dos Engenheiros como uma das "100 Obras de Engenharia Civil do Século XX".

No primeiro ano de funcionamento, o aeroporto do Funchal registou 1724 operações de aviões (descolagens e aterragens) e a circulação de 69.142 passageiros. No ano passado, totalizou 23.335 operações e a passagem de mais de 2,3 milhões de passageiros, valores que reflectem um crescimento de 7,6% em passageiros e de mais 3,2 em movimento de aeronaves.

 


 

 


 

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