Loulé aplica os 800 mil euros da derrama na captação de novas empresas

Área Empresarial de Loulé dispõe de 130 empresas, garantindo 1100 postos de trabalho. O sector do mar, onde a Universidade do Algarve é pioneira, vai ter prioridade nos novos projectos

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O valor do imposto a cobrar pela câmara de Loulé às empresas pela actividade que desempenham o concelho – a derrama, que atinge cerca de 800 mil euros/ano – vai ser utilizado no relançamento da actividade económica do concelho. O anuncio do presidente do Município, Vítor Aleixo, é justificado pela necessidade de dar “um estimulo à fixação e consolidação das empresas” aproveitando a centralidade geográfica que ocupa na região. Uma das prioridades é atrair empreendedores que possam potenciar a transferência do conhecimento científico desenvolvido pela Universidade do Algarve na área do mar.

O programa de acção passa, em primeiro lugar, pela divulgação da Área Empresarial de Loulé (AEL), situada junto à via do Infante, a dez minutos de distância de Quarteira e Vilamoura. Ao mesmo tempo, dá-se inicio à concretização do projecto de requalificação da zona industrial e comercial do espaço que ainda dispõe de vários lotes para venda e aluguer.  Nesta quinta-feira, foi assinado o contrato de adjudicação da obra de reabilitação do troço da Estrada Nacional (EN 396), no valor de 470 mil euros para novo pavimento e construção de passeios, de modo a facilitar a ligação do espaço empresarial  à via longitudinal do Algarve.

Nos 22 hectares da AEL estão instaladas 130 empresas - vocacionadas não apenas para o sector turístico - garantindo 1100 postos de trabalho. A área do mar, apesar do concelho ainda ter uma significativa representação social e económica no sector das pescas e turismo náutico, não está aí representada. “Não se percebe como é que tendo aqui a Universidade do Algarve (Ualg), que ocupa um lugar de referência mundial na área das ciências do mar, a região não disponha de condições para aplicar o conhecimento aí produzido”, lamentou o autarca, adiantando que estabeleceu uma parceria com a Ualg para que esta seja “de facto, uma área estratégica no relançamento da economia”.

Para isso, a autarquia vai disponibilizar um pacote de 800 mil euros de incentivos à iniciativa privada, mas ainda não está definido a forma como vai ser aplicado o dinheiro. “Queremos envolver os agentes privados nesse processo, procurando privilegiar a capacidade de concretizar ideias”, disse. Além do sector da pesca, Vítor Aleixo lembra as potencialidades do turismo náutico, sublinhando, nesse aspecto, a importância da marina de Vilamoura, recentemente distinguida como sendo a “melhor marina internacional”, prémio atribuído pelos utilizadores e proprietários de embarcações que no ano de 2014 visitaram as marinas classificadas com cinco âncoras - patamar máximo de excelência e qualidade.   

A dinâmica empresarial do Algarve, no entender do autarca que representa o concelho do chamado triângulo dourado do turismo – Quinta do Lago, Vale do Lobo e Vilamoura – tem sido prejudicada com o atraso no arranque das obras de requalificação da Estrada Nacional (EN) 125. Além desta, a Via do Infante apesar da introdução de portagens, carece de obras de reparação. Um dos exemplos, citou, é o mau estado de conservação – e abatimento do piso – no troço que liga Loulé a Quarteira/Vilamoura, há mais de dois anos a aguardar pela reparação. 

 

                 

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