O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou a costa Norte e Centro de Portugal continental sob aviso laranja a partir da meia-noite desta quinta-feira, devido à agitação marítima. Perante a previsão de agravamento do estado do tempo, a Protecção Civil subiu o nível de alerta para todos os distritos do litoral desde Viana do Castelo a Santarém.

Segundo a informação disponível no site do IPMA, os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra e Leiria estão sob aviso laranja (o segundo mais grave) a partir da meia-noite desta quinta-feira, devido à previsão de ondas com uma altura de cinco a seis metros. Pela mesma razão, em Lisboa, o aviso laranja entra em vigor às 18h de sexta-feira. Em Setúbal, Beja e Faro, estará activo a partir da meia-noite de sexta-feira.

Em comunicado, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) avisa que se prevê, para esta sexta-feira, “precipitação persistente pontualmente intensa” com valores acumulados da ordem dos 40 milímetros por cada 24 horas, em especial nas regiões do Minho e Douro Litoral. O vento será forte, com rajadas que poderão chegar aos 100 quilómetros por hora no litoral Norte e Centro e nas terras altas. A costa ocidental terá ondas entre os cinco e os sete metros. A ANPC alerta para a possibilidade de cheias rápidas em meio urbano, inundações, quedas de árvores ou estruturas e danos nas zonas costeiras, recomendando que se evitem actividades relacionadas com o mar.

Por tudo isto, o nível de alerta do Dispositivo Integrado de Operações de Protecção e Socorro sobe para azul entre as 10h e as 23h59 de sexta-feira, nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra, Leiria, Santarém e Lisboa. O nível azul, que é o segundo mais grave numa escala de cinco, pressupõe um reforço da monitorização por parte das autoridades de Protecção Civil.

Neve no Gerês e na Estrela
“Espera-se um desagravamento da situação meteorológica a partir das 21h de amanhã [sexta-feira], passando a regime de aguaceiros dispersos, que poderão ser de neve nas regiões do Gerês e Estrela”, acrescenta a ANPC. Em relação ao caudal do Tejo, cuja subida tem provocado várias inundações nos últimos dias, a situação deverá manter-se. “Mantêm-se elevados os níveis hidrométricos nas principais bacias, com destaque para o Tejo, não se prevendo, com os dados disponíveis de momento, que haja alterações significativas nos próximos dias”, lê-se na nota.

Nas regiões autónomas, o arquipélago dos Açores será o mais atingido pelo mau tempo nesta sexta-feira, mas já há registo de estragos. O vento forte já motivou cancelamento de voos entre ilhas e algumas escolas foram encerradas.

Segundo o IPMA, as ilhas dos grupos ocidental (Flores e Corvo) e central (Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Corvo) vão estar sob aviso vermelho, o mais grave de uma escala de quatro, nesta quinta-feira e na sexta-feira devido à previsão de ventos fortes de entre 75 e 95 quilómetros/hora de intensidade média, com rajadas entre 120 e 155 quilómetros/hora. O IPMA colocou ainda aqueles dois grupos de ilhas sob aviso vermelho devido à previsão de agitação marítima forte, com ondas do quadrante oeste que deverão atingir 10 a 12 metros de altura, podendo algumas chegar aos 20 a 25 metros de altura máxima.

O aviso vermelho, que significa a existência de uma situação meteorológica de risco extremo, está em vigor desde o meio-dia e até à meia-noite desta quinta-feira para o vento e entre as 15h de hoje e as 6h de sexta-feira para a agitação marítima. Os grupos central e ocidental vão estar também sob aviso amarelo por causa da chuva até às 18h desta quinta-feira.

O IPMA colocou ainda o grupo oriental (ilhas de São Miguel e Santa Maria) sob aviso laranja, o segundo mais grave da escala, devido à previsão de vento forte, e sob aviso amarelo por causa de vento e agitação marítima, já que as ondas deverão chegar aos 6 a 7,5 metros de altura até às 18h de sexta-feira.

De acordo com o IPMA, está prevista para esta quinta-feira a formação de uma “depressão” a noroeste do grupo ocidental, que irá desenvolver-se “rapidamente” e progredir para nordeste nos próximos dias, o que deverá “afectar o Norte da Península Ibérica, incluindo parte de Portugal continental”.