Lisboa será nova marca de plataforma de crowdsourcing

Até ao final do ano será possível propor e angariar fundos para projectos que visem promover e melhorar a capital através de uma plataforma online a ser lançada.

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A chegada a Lisboa é uma das atracções dos cruzeiros Miguel Madeira

A primeira plataforma de crowdfunding para uma cidade vai ser lançada este ano. A marca Lisboa será lançada em Outubro pelo PPL – a plataforma de financiamento colectivo portuguesa criada pela Orange Bird, uma empresa nacional que nasceu da mente de quatro amigos - em parceria com a câmara de Lisboa.

A ideia surgiu através da parceria que o PPL já tinha com a Câmara Municipal de Lisboa – se muitos projectos já eram sugeridos ou feitos em conjunto com a autarquia, porque não criar uma plataforma só para os projectos do município?

O portal irá funcionar à parte do PPL, mas é possível que alguns destes possam vir a ser direccionados directamente do PPL, que irá orientar a plataforma, à semelhança do que já acontece com o BES Crowdfunding. “Além de alguns que poderão ser encaminhados pela PPL, cada parceiro fundador trará candidaturas. Só a CML tem dezenas de projectos de outras iniciativas como o Lisboa Empreende. A FCG também tem concursos como o FAZ-IOP, para dar alguns exemplos” confirmou o director da Orange Bird, Pedro Domingos.

A marca Lisboa quer um maior empreendedorismo na capital e espera que este novo projecto consiga uma grande participação cívica que permita uma revitalização da cidade. No fundo, o objectivo é permitir aos cidadãos “construírem a sua própria cidade” através de sugestões que podem ir desde a criação de novos espaços públicos à renovação de edifícios – o céu é o limite e o que se pede é criatividade. Os criadores esperam também promover o crowdfunding noutros locais do território nacional além da capital.

O projecto vai arrancar em Outubro e basta aceder à internet e inseriro seu projecto na página do crowdfunding que vai estar disponível no site da câmara.

O crowdsourcing é uma plataforma que permite a qualquer pessoa pedir ajuda a outros utilizadores na internet que tenham os mesmos interesses ou conhecimentos para participar em projectos e é uma conhecida maneira de aproximar artistas e fãs. A forma mais conhecida de crowdsourcing é o crowdfunding, em que os apoiantes de um projecto dão uma contribuição monetária (os criadores seleccionam o valor mais baixo que se pode doar) e em troca recebem o “prémio” que o criador seleccionou para o valor doado, mas só se o projecto angariar o dinheiro necessário para começar.

Um exemplo de crowdfunding cívico é a ponte pedonal em Amsterdão, cuja construção irá terminar no final deste ano e cujas tábuas têm inscrito o nome ou a mensagem de quem as pagou. Também há vários exemplos no Reino Unido, que vão desde projectos de renovação urbana (como é o caso da proposta da via pedonal de Churchill Way em Liverpool) ou pequenos projectos de interesse local, como o Long Bench, que afirma o maior e mais estonteante banco no Reino Unido.

O PPL é uma das poucas plataformas de crowdsourcing portuguesas e a mais conhecida da área. Um dos projectos recentes mais conhecidos do PPL foi o de Nuno Markl, que recebeu mais de 40 mil euros mas que não conseguiu atingir o objectivo de cem mil. O projecto ainda irá ser realizado através de patrocínios e apoios de pessoas que ficaram interessadas no projecto, do qual pouco se sabe, e que recusam ainda a devolução do dinheiro, requerido pelo PPL quando um projecto não consegue ser financiado.

Texto editado por Ana Fernandes

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