Lisboa: Sem-abrigo têm novo espaço de atendimento no bairro do Rego

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Lisboa tem nas suas ruas 1187 sem-abrigo Paulo Pimenta

A Câmara de Lisboa inaugurou hoje, no bairro do Rego, um novo espaço destinado às pessoas sem-abrigo, onde será prestado atendimento e acompanhamento individual a cada caso, tendo em conta a complexidade e diversidade de situações.

O presidente da autarquia, António Costa, frisou na ocasião que não se trata de uma iniciativa natalícia, mas de um projecto que vai funcionar e dar respostas durante os 365 dias do ano.

Segundo a vereadora responsável pela área da Acção Social e Habitação, Ana Sara Brito, a câmara dispõe de três centros de acolhimento e trabalha em rede com várias instituições, com o objectivo de ajudar estas pessoas a encontrar um projecto de vida e sair da rua.

Porém as equipas da Acção Social constataram a dificuldade de dar resposta a pequenos problemas que, para os sem-abrigo, poderão ser um grande problema quando precisam de tratar de algum assunto, como um documento, e tinham de se dirigir até agora ao Palácio dos Machadinhos.

Agora os sem-abrigo têm também à disposição o Espaço Ser Pessoa e um gabinete contíguo onde funcionarão grupos de auto-ajuda, num local de mais fácil acesso.

"A Câmara de Lisboa reconhece aos sem-abrigo direitos e deveres como cidadãos da cidade de Lisboa", disse a vereadora, segundo a qual em 2007 havia nas ruas da capital 1187 pessoas nestas condições.

"Cada um tem os seus problemas e é preciso dar uma resposta individual para se poder atender o conjunto", frisou.

Tanto a vereadora como o presidente afirmaram que ouviram os sem-abrigo e as suas sugestões neste processo, esperando abrir em 2009 uma nova residência de pequena dimensão, com um máximo de 20 lugares, humanizada e que funcione como um espaço de passagem na transição para uma nova vida.

Segundo António Costa, os próprios sem-abrigo sugeriram a criação de um espaço que pudesse ser gerido pelos próprios, uma ideia que o presidente considerou interessante.

Para Ana Sara Brito, o trabalho é a melhor forma de estas pessoas saírem da rua, pelo que as equipas empenhadas neste projecto vão também ajudá-las a encontrar emprego.

"Temos tirado muitas pessoas da rua", afirmou Ana Sara Brito, sem quantificar.

Em declarações à agência Lusa, a vereadora indicou que a média de pessoas a viver na rua ronda as 900 e que a CML dispõe de três centros de acolhimento e 372 camas.

"Com a Santa Casa da Misericórdia e os albergues nocturnos o total é de 552 camas em Lisboa", especificou.

De acordo com os dados da câmara, a população sem-abrigo é maioritariamente masculina (85 por cento), predominando a faixa etária dos 25 aos 54 (79pc) e 62 por cento é solteira.

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