Hotéis Bom Jesus querem ser o "maior player nacional do turismo religioso"

A Sociedade Hotéis do Bom Jesus é controlada a 90% pela Confraria do Bom Jesus e pela Arquidiocese de Braga.

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A sociedade tem o Hotel do Elevador, Hotel do Templo, Hotel do Lago, Hotel João Paulo II e Hotel de Tibães Nelson Garrido

A Sociedade Hotéis do Bom Jesus quer assumir-se até 2020 como “o maior player nacional do turismo religioso”, propondo-se investir até oito milhões de euros em cinco novas unidades hoteleiras em Portugal e Santiago de Compostela, disse à Lusa o presidente.

Em declarações à margem da inauguração do recém-remodelado Hotel do Parque - situado na estância do Bom Jesus, em Braga, e onde a Sociedade Hotéis do Bom Jesus investiu três milhões de euros - Mário Pereira destacou que a “muito grande riqueza cultural e religiosa” do país motivou a integração do turismo religioso no Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT), sendo objectivo da empresa “aproveitar em plenitude este produto estrela”.

A Sociedade Hotéis do Bom Jesus é controlada a 90% pela Confraria do Bom Jesus e pela Arquidiocese de Braga, detendo ainda a concessão do Hotel do Elevador, Hotel do Templo, Hotel do Lago, Hotel João Paulo II e Hotel de Tibães, todos em Braga, para além do edifício para congressos e banquetes Colunata de Eventos.

De acordo com o empresário, a sociedade pretende integrar na sua rede várias unidades hoteleiras já existentes, propriedade da Igreja Católica, que estão actualmente concessionadas a terceiros e cuja concessão “está a acabar ou a ser mal explorada”, admitindo investir 2seis a oito milhões de euros2 na sua reconversão.

Outra possibilidade é a readaptação de “alguns edifícios grandes que a Igreja tem devolutos e que se podem transformar em unidades hoteleiras”.

Na mira da Sociedade Hotéis do Bom Jesus estão um total de “uma ou duas novas unidades em Braga”, duas no Norte do país e uma outra em Santiago de Compostela, Espanha.

“Também estamos sempre de olho no resto do país, nomeadamente em Fátima e Lisboa, de maneira a que possamos cativar o turismo e fazer roteiros turísticos que percorram quase o país todo, de forma que o turismo que entra por Lisboa possa sair por Santiago”, acrescentou.

Segundo Mário Pereira, o objectivo é “aproveitar a centralidade de Braga e a proximidade à Galiza” para “catapultar [a empresa] para outras cidades limítrofes”.

Em Guimarães e em Santiago de Compostela a Sociedade Hotéis do Bom Jesus gostaria de ter os projectos hoteleiros “já concretizados na época alta do próximo ano”, admitindo que “os outros podem demorar mais algum tempo”.

O público-alvo desta nova estratégia da sociedade é “o turista português que vinha passar férias aos hotéis do Bom Jesus”, mas deixou de o fazer, assim como turistas estrangeiros.

“Queremos reconquistar o turista português, mas temos um enfoque em mercados novos, nomeadamente nos países emergentes da Europa de Leste, Coreia do Sul e Brasil e alguns países europeus que tinham deixado de vir a Portugal, como o mercado inglês, alemão e francês, que estamos a conquistar novamente”, afirmou.

Instalado num edifício do século XVII, o agora remodelado Hotel do Parque foi “o primeiro a ter telefone e água no Norte do país”, sendo então “frequentado nas férias pela alta sociedade de todo o país”.

De acordo com Mário Pereira, o hotel foi inteiramente reconstruído a partir da sua estrutura original e equipado com um SPA, 44 quartos, salas de reuniões e esplanadas, propondo-se ser “o melhor hotel da cidade de Braga” e captar mais turistas jovens para a estância hoteleira.

Com um volume de negócios na ordem dos 2,5 milhões de euros, a Sociedade Hotéis do Bom Jesus emprega cerca de 80 colaboradores nas várias unidades hoteleiras que explora.

 

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