Guilherme Pinto quer apoiar rendas de casas partilhadas em Matosinhos

Câmara entrega esta quarta-feira apoios anuais a 80 famílias, num investimento de 102 mil euros.

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Matosinhos pretende alargar o modelo das casas partilhadas a idosos que assim viveriam menos sós ADRIANO MIRANDA

A entrega de casas camarárias em bairros sociais tem andado longe das prioridades da política de habitação da Câmara de Matosinhos. E assim vai continuar, uma vez que o presidente do executivo, Guilherme Pinto acredita que vai ser possível conciliar num só instrumento as duas experiências que já tem em curso em termos de política municipal de habitação, uma delas, inédita, de partilha de uma mesma casa por desconhecidos.

O autarca pretende que o Programa Municipal de Apoio ao Arrendamento – (PMAA), com o qual o município tem vindo a comparticipar o arrendamento de habitação para residência permanente a famílias matosinhenses em situação de vulnerabilidade económica, possa ser cruzado com essa outra experiência em termos de habitação social que a autarquia tem em curso há escassas semanas, e no qual juntou debaixo do mesmo tecto – um T3 – três homens que não se conheciam antes, mas que aceitaram partilhar a casa.

“A minha expectativa é que estas experiências possam ser o início de uma forma diferente de responder às situações de carência de habitação no concelho de Matosinhos”, explicou Guilherme Pinto, à margem da entrega de chaves de uma moradia no Bairro dos Pescadores a três cidadãos de Matosinhos que inauguraram a primeira casa partilhada do município. 

Na próxima quarta-feira, o presidente da câmara vai entregar a 80 famílias cheques que totalizam 8.575€ em apoios mensais - apoios esses que se vão repetir durante todo o ano, e que totalizam um investimento de 102.900€. São 42 famílias a ser apoiadas encontram-se no 3.º escalão de apoio (e vão receber 125€ mensais), 19 no 2.º escalão (100 €) e 19no 1.º Escalão (75 €). O PMAA está em curso desde 2009, e tem vindo a apoiar cerca de oito centenas de famílias. O desejo de Guilherme Pinto é que este tipo de apoios possa começar a ser usado também para resolver os problemas de carências habitacionais da população mais idosa, ”que não tem problemas de autonomia, mas que vive muito só”.

“O parque habitacional do município não é infinito, e as necessidades são muitas. Se pudermos contribuir para manter as casas no casco histórico da cidade habitadas condignamente, estaremos também a resolver esses problemas”, afirmou o autarca, defendendo que essa seria “uma excelente solução” sobretudo para a população idosa “que ainda tem autonomia, e que resiste a ir para Lares, e que não seria desenraizada do casco urbano”. 

O objectivo é “encontrar casas particulares que possam sofrer adaptações para receber vários munícipes, que desta forma poderiam manter a sua autonomia, e viver em espaços privados, mas partilharem espaços comuns, como cozinhas e lavandarias, com a vantagem de terem companhia e apoio em algumas situações do dia-a-dia”, argumenta, entusiasmado, Guilherme Pinto. O autarca sabe, porém, que não será tarefa fácil. Mais do que encontrar cidadãos disponíveis a partilhar casa, antevê dificuldades em encontrar casas privadas “cujos proprietários não achem que lhes saiu o totoloto, e podem pedir o que quiserem de renda”.

Ao mesmo tempo que procura soluções alternativas, o município aprova esta terça-feira, em reunião de câmara, vários contratos para obras de reabilitação no seu próprio edificado, no valor global de cerca de 1,2 milhões de euros (valor sem IVA). As empreitadas abrangem os bairros da Fundação Salazar (348,5 mil euros), de Sendim (297,8 mil euros) e da Guarda I e Guarda II, que totalizam 550,4 mil euros.

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