Explosão em paiol de pirotecnia em Penafiel faz um morto

Vítima é um trabalhador que estava num compartimento da empresa em Rio de Moinhos. Mais de 100 pessoas, alertadas pelo ruído violento, foram ao local. INEM enviou psicólogos.

Fotogaleria
Alerta para a explosão foi dado às 10h Ricardo Castelo/NFactos
Fotogaleria
Ricardo Castelo/NFactos

Uma explosão num paiol de pirotecnia na localidade de Jugueiros, freguesia de Rio de Moinhos, concelho de Penafiel, provocou nesta quinta-feira um morto. A vítima estava é um trabalhador da empresa GJR - Pirotecnia e Explosivos, que estava a manusear substâncias explosivas num compartimento da fábrica.

O homem, de 42 anos, estava sozinho no momento da explosão. “A vítima mortal estava num compartimento de mistura e composição de matéria explosiva. O compartimento é interdito. Só lá pode trabalhar uma pessoa de cada vez, pelo que ninguém viu e não se sabem mais pormenores”, disse ao PÚBLICO fonte da GNR. 

As autoridades foram alteradas às 10h tendo sido mobilizados para o local 15 bombeiros da corporação de Entre-os-Rios, apoiados por cinco veículos, e ainda uma viatura médica de emergência e reanimação do Centro Hospitalar Padre Américo Vale do Sousa. A vítima, porém, teve morte imediata, de acordo com informações dos bombeiros.

“Quando lá chegamos já não havia mais nada a fazer. A vítima foi projectada a alguma distância do compartimento que ficou completamente destruído”, disse a comandante dos Bombeiros Voluntários de Entre-os-Rios, Isaura Rocha.

Segundo os bombeiros, Manuel Ferreira trabalhava “há vários anos” naquela fábrica e, portanto, “tinha muita experiência” naquele trabalho de manuseamento que efectuava todos os dias.

A comandante da corporação avançou ainda que no momento da explosão havia mais funcionários na empresa, mas não se registaram feridos. No local esteve também uma psicóloga da Unidade Móvel de Intervenção de Psicólogo de Emergência (UMIPE) do INEM para prestar apoio a familiares e amigos da vítima mortal. A UMIPE esteve mais de três horas no local, tendo abandonado a fábrica apenas pelas 13h30.

Explosão ouvida a mais de cinco quilómetros
“Trabalham na empresa vários familiares da vítima mortal – que conhecíamos – , inclusive a mulher e outros familiares. Tivemos de accionar o apoio psicológico do INEM. Os amigos e familiares estavam em choque”, explicou ainda Isaura Rocha.

As instalações da empresa ficam situadas na Avenida Senhor dos Aflitos, no Monte do Frade e ocupam uma área de 30 hectares. Fontes do bombeiros e da GNR explicaram que o estrondo foi ouvido a mais de cinco quilómetros, o que demonstra a violência da explosão. O ruído deixou a população local em sobressalto e muitos habitantes dirigiram-se ao local para saber o que tinha acontecido e se algum dos seus familiares tinha ficado ferido.

“Estavam mais de 100 pessoas em redor da fábrica. Foram chegando e queriam saber o que tinha acontecido. A empresa emprega muita gente que mora perto”, salientou também a comandante dos bombeiros.

A empresa dedica-se ao fabrico e comercialização de pólvoras e produtos pirotécnicos e explosivos e à produção e montagem de espectáculos pirotécnicos. A PSP enviou uma equipa do Departamento de Armas e Explosivos ao local para investigar as razões do acidente.

Acidente em 2011 feriu dois trabalhadores
Não é a primeira vez que ocorre um acidente do género na empresa, que é uma das maiores do país no ramo da pirotecnia. A 26 de Julho de 2011, uma explosão no armazém resultou em dois feridos, com queimaduras de terceiro grau nos membros superiores e inferiores e na face. Os funcionários, de 20 e 28 anos, estavam a manipular matérias-primas para fazer pólvora quando se deu o acidente.

Segundo a informação disponível na página de Internet da empresa, a GJR, fundada em 1907, esteve envolvida na animação pirotécnica de eventos como a Expo 98, em Lisboa, a Porto 2001 Capital da Cultura, a inauguração da Ponte Vasco da Gama e de nove dos estádios que acolheram os jogos do Euro 2004, e do Rock in Rio-Lisboa.

Sugerir correcção
Comentar