Enfermeiros de centro de saúde de Leiria em greve por falta de condições de trabalho

Na quinta-feira, os enfermeiros vão estar, a partir das 9h00, junto ao centro de saúde.

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Enfermeiros voltam às 35 horas Nuno Ferreira Santos

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) anunciou hoje que os enfermeiros do centro de saúde Arnaldo Sampaio, em Leiria, vão estar em greve na quinta e na sexta-feira por "falta de condições de trabalho e exaustão".

Numa nota à comunicação social, o SEP explica que o número de utentes inscritos nas extensões e na sede do centro de saúde Dr. Arnaldo Sampaio, onde trabalham "apenas 15 enfermeiros", é superior a "45.000, o que se traduz em cerca 3000 utentes/enfermeiro".

O sindicato esclarece que o que está preconizado são 300 a 400 famílias por enfermeiro, o que corresponde a um enfermeiro por 1200 utentes, pelo que "o número de utentes por enfermeiro excede largamente o que está preconizado, ou seja, seriam necessários pelo menos mais 15 enfermeiros".

Lembrando que no início do ano denunciou a "grave carência de enfermeiros" no Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal Litoral", do qual faz parte aquele centro, o SEP refere que "nenhuma medida em concreto foi tomada".

"A situação agravou-se e alguns centros de saúde estão à beira da ruptura", alerta o sindicato, para o qual "os responsáveis políticos continuam a não perceber que não é fechando aqui, reduzindo acolá, que este problema se resolve".

Sustentando que se os utentes "não forem atendidos numa extensão irão procurar os cuidados de enfermagem noutra extensão/sede", o SEP sublinha que "o número de utentes é o mesmo, ao contrário do número de enfermeiros, que tem vindo a diminuir drasticamente, e isto traduz-se, inevitavelmente" em "sobrecarga e aumento dos ritmos de trabalho".

"Os enfermeiros estiveram sempre disponíveis para colaborar e para garantir o normal e regular funcionamento dos serviços, mas agora são eles que estão 'doentes', exaustos física e psicologicamente", acrescenta o SEP, justificando a greve como resposta à "inércia" dos responsáveis políticos e exigindo a contratação de mais enfermeiros.

Na quinta-feira, os enfermeiros vão estar, a partir das 9h00, junto ao centro de saúde, informando os utentes dos motivos da greve, com a distribuição de um folheto, e, no dia seguinte, à mesma hora, está prevista uma concentração junto à Câmara de Leiria, para continuarem a informar a população sobre os motivos da greve.

Em Março, o sindicato, após ter efectuado reuniões de trabalho nos vários centros de saúde do agrupamento Pinhal Litoral, estimou em 50 o número de enfermeiros em falta, exigindo a admissão de mais enfermeiros.

Na ocasião, a Administração Regional de Saúde do Centro confirmou "a carência de cerca de duas dezenas de enfermeiros" naquele agrupamento, adiantando que estava "em curso um concurso, lançado em Março de 2013, para 122 vagas de enfermagem" para os agrupamentos da região Centro.

O concurso contemplava 27 vagas para o Pinhal Litoral, segundo informação desta entidade.

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