Distrital do PSD-Porto critica pressupostos do Governo para a expansão do metro

Secretário de Estado dos Transportes afirmou, em carta, que não há fundos comunitários para novas obras.

Foto
Segundo os planos do Governo, o Metro do Porto não deverá ter obras no novo ciclo de fundos europeus Lara Jacinto

A distrital do PSD-Porto manifestou esta quarta-feira total discordância com os pressupostos apresentados pelo secretário de Estado dos Transportes para a expansão do Metro do Porto, considerando "incompreensível" que esta esteja dependente da cobertura financeira ao nível de fundos comunitários.

Numa carta enviada ao Conselho Metropolitano do Porto (CmP) relativamente ao processo de concessão da operação da Metro e da Sociedade dos Transportes Colectivos do Porto (STCP), a que a Lusa teve acesso na segunda-feira, o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, afirma que "a questão do alargamento da rede do metro carece, por ora, de cobertura financeira ao nível de fundos comunitários".

Esta quarta-feira, em comunicado enviado à agência Lusa, a Comissão Política Distrital do PSD-Porto manifesta estar totalmente em desacordo com os pressupostos pelo Governo, lamentando o presidente da estrutura, Virgílio Macedo, o facto de não existirem os mesmos critérios para a extensão do Metro de Lisboa ou para a renovação da linha de cascais.

Na opinião do social-democrata, "é incompreensível que para o metro do Porto a sua expansão esteja dependente da cobertura financeira ao nível de fundos comunitários", enquanto para a renovação da linha de Cascais estão já garantidos, no Plano Estratégico de Infraestruturas de Transportes, 128 milhões de euros de fundos comunitários.

Perante "a gravidade das afirmações proferidas por Sérgio Monteiro" - que na opinião do líder do PSD-Porto se traduzem numa "enorme e inaceitável discriminação negativa para a região Norte" - a estrutura partidária já solicitou uma reunião com a administração da Metro do Porto e com o presidente do Conselho Metropolitano do Porto.

Na mesma missiva, Sérgio Monteiro considerou que "faz sentido que se estudem formas de assegurar investimento futuro através da canalização das externalidades positivas decorrentes do alargamento da rede da Metro (caso ela ocorra) para financiamento do investimento". "O que o secretário de Estado pretende é que sejam os municípios abrangidos por essa extensão a pagar essa mesma extensão. Será que o mesmo é aplicado ao Metro de Lisboa? Qual o montante até agora suportado pelos municípios da Área Metropolitana de Lisboa, na expansão do Metro de Lisboa", questiona Virgílio Macedo.

Já na segunda-feira o presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Hermínio Loureiro, defendeu que sejam alocados fundos estruturais ao alargamento da rede do Metro do Porto. "Era importante existir disponibilidade para que esse alargamento [da rede do Metro] pudesse ser contemplado através dos fundos estruturais", disse à Lusa Hermínio Loureiro, quando questionado sobre a carta de Sérgio Monteiro.

Sugerir correcção
Comentar