Danos da Legionella na imagem do concelho preocupam empresas de Vila Franca de Xira

Câmara promete medidas e prolonga campanha gastronómica de Novembro.

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Vila Franca de Xira começou a regressar à normalidade Miguel Manso

O impacto negativo do surto de Legionella na imagem do concelho de Vila Franca de Xira está a preocupar comerciantes e empresários em geral.

O vice-presidente da ACIS-Associação Empresarial dos Concelhos de Vila Franca de Xira e Arruda dos Vinhos diz que é preciso tomar medidas que ultrapassem a carga negativa que tem afectado sobretudo o sector da restauração.

O presidente da câmara, Alberto Mesquita, garante que a autarquia já está a planear várias iniciativas, incluindo o prolongamento para Dezembro da já tradicional campanha gastronómica de Novembro e um almoço ou jantar alargado que reúna todos os presidentes de câmara da Área Metropolitana de Lisboa.

João Paulo Range, vice-presidente da ACIS, admite que não sabe muito sobre a Legionella, mas tem consciência de que este surto “veio prejudicar praticamente todas as empresas do concelho de Vila Franca de Xira” e que é preciso tomar medidas que “melhorem a comunicação” em torno desta região: “Fomos sujeitos a uma campanha de comunicação que não nos ajudou nada a enfrentar os problemas do dia-a-dia”.

“É preciso captar melhor comunicação para o concelho nos próximos tempos, para que nos vejam de forma diferente e mais de acordo com aquilo que somos”, diz o dirigente da associação empresarial sedeada em Vila Franca de Xira.

Por outro lado, João Paulo Range considera que estas duas semanas em que se abateu sobre a região aquele que é classificado como o maior surto de sempre em Portugal e o terceiro maior a nível mundial acabou, também, por demonstrar que o concelho é uma realidade una. “Para os que acham que Vila Franca de Xira pode ser subdividida, esta situação mostrou que Vila Franca de Xira quando sofre, sofre no total, desde a Castanheira do Ribatejo até Vialonga”, acrescentou.

Já Alberto Mesquita explicou que, depois da identificação do foco deste surto de Legionella, a vida do concelho tem vindo a retomar a sua normalidade e a câmara já levantou todas as medidas cautelares que tinha tomado. “Temos que tirar ilações deste problema e, eventualmente, avaliar se a legislação que temos é adequada. A meu ver, se tem havido fiscalização e monitorização a tempo e horas, provavelmente não teríamos tido este problema”, salientou o edil, reconhecendo que “as empresas e os postos de trabalho são absolutamente essenciais”.

Mas o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira admite que, agora, é preciso fazer um trabalho aturado para “reverter” esta situação, dando outra imagem do concelho, quer interna, quer externamente. “É preciso reforçar a ideia de que Vila Franca de Xira teve um problema, conseguiu resolver esse problema e retomou a sua vida normal. Vila Franca de Xira tem que ser ainda mais falada pela sua identidade e há que fazer um trabalho de atracção de pessoas e é isso que vamos fazer”, garante o autarca do PS.

Alberto Mesquita diz que a câmara já está a trabalhar com a ACIS e com outras entidades locais nesse sentido. Uma das medidas será prolongar para Dezembro a campanha gastronómica que, tradicionalmente, convida a almoçar em Novembro, aos fins-de-semana, nos restaurantes locais. O edil diz que 16 dos 20 restaurantes aderentes já concordaram com o prolongamento da acção por mais um mês. “Vamos fazer um esforço grande na iluminação das nossas cidades (Alverca, Póvoa de Santa Iria e Vila Franca de Xira) na quadra de Natal”, prosseguiu Alberto Mesquita, que realçou as manifestações de solidariedade que recebeu de todos os presidentes de câmara da Área Metropolitana de Lisboa, com quem espera vir a promover, brevemente, um almoço ou um jantar que demonstre que Vila Franca de Xira retomou a sua vida normal e “é uma terra que dá gosto visitar”.

O presidente da câmara vila-franquense vai, igualmente, convidar o ministro da Economia a visitar o concelho. “Vamos fazer aquilo que nos pareça mais adequado para que Vila Franca de Xira seja falada através da sua identidade, do seu património natural, da sua gastronomia, da sua cultura, das muitas coisas boas que temos neste concelho”, rematou.

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