Conforama em Gaia foi destruída por fogo posto

Polícia Judiciária detectou indícios da presença de produtos acelerantes como a gasolina.

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Fernando Veludo/NFactos

O incêndio que destruiu quarta-feira o estabelecimento comercial da Conforama, em Vila Nova de Gaia, teve origem criminosa. Esta é a conclusão das perícias levadas a cabo pela Polícia Judiciária (PJ) que já colocou de parte a possibilidade de a origem do fogo ser acidental. Durante a recolha de indícios, os inspectores detectaram a presença de produtos acelerantes, confirmou ao PÚBLICO fonte da PJ.

Esse é o motivo, aliás, pelo qual os bombeiros optaram por um combate defensivo. Logo à chegada, os elementos da Companhia de Sapadores Bombeiros de Gaia (CSB) foram surpreendidos pela forma rápida como o fogo evoluiu, apesar da chuva forte que se verificava. “Em 20 minutos, o fogo evoluiu de uma forma muito rápida. Foi realmente estranho. Com 50 homens no combate e não conseguimos fazer nada. Foi uma situação surpreendente aquela com que me deparei”, disse ontem ao PÚBLICO o comandante da CSB, Salvador Almeida.

Os bombeiros foram alertados para o fogo pelas 05h30 de terça-feira, tendo o mesmo sido extinto ao final da manhã. Contudo, Salvador Almeida confirmou que ainda quinta-feira mantinha uma equipa de cinco homens que foram apagando pequenos focos de incêndio na loja destruída.

Fonte da PJ confirmou ainda a presença de bidões de gasolina nas instalações da Conforma. Já quinta-feira o PÚBLICO dava conta das referências de alguns moradores que alertaram para esses bidões na garagem situada na cave do armazém. Local, aliás, onde os inspectores estiveram a realizar perícias que vão continuar nos próximos dias. 

Os investigadores tiveram, porém, dificuldades em entrar no miolo do edifício, onde terá tido origem o incêndio, dado que a estrutura colapsou. A Judiciária continuará agora a investigar no sentido de apurar os autores do incêndio e as suas razões, não havendo ainda nenhum suspeito identificado.

Contactada pelo PÚBLICO, a directora de Marketing da Conforama, Susana António, disse desconhecer as conclusões que apontam para incêndio de origem criminosa e não fez mais comentários. O director-geral ibérico da empresa, Manuel Estevez garantiu quarta-feira que a empresa vai assegura os 40 postos de trabalho apesar do incêndio e que quererá reconstruir a loja o mais rápido possível.

Preocupada com os postos de trabalho, a Câmara de Gaia disponibilizou todos os meios necessários para auxiliar na reconstrução da loja, classificada como uma “referência no concelho”, e o autarca Eduardo Vítor Rodrigues assumiu a vontade de isentar a empresa de taxas de licenciamento devidas pelas obras.

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