Comboios mais lentos na Beira Alta a partir de Dezembro

Obras na via férrea obrigam a adequar os tempos de percurso a velocidades mais baixas.

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Obras atrasam comboios PÚBLICO/arquivo

A partir de 8 de Dezembro os Intercidades e os comboios regionais na linha da Beira Alta vão sofrer uma alteração do seu horário por forma a adaptar as suas marchas à nova realidade da infra-estrutura, que tem numerosos pontos de afrouxamento devido às obras na via.

A CP e a Refer têm vindo a estudar essas alterações, tendo em conta que os comboios têm andado permanentemente atrasados. 

Durante o mês de Novembro, os atrasos médios do Intercidades Lisboa-Guarda e Guarda-Lisboa têm sido de 30 minutos e os dos regionais entre Coimbra e Guarda de 25 minutos. Segundo a CP, entre Julho e Outubro apenas um em cada cinco comboios da Beira Alta é que andou à tabela, sendo os atrasos médios de 20 minutos.

Esta situação tem gerado protestos dos passageiros, sobretudo os dos Intercidades, que às vezes se queixam da deficiente limpeza das carruagens porque, como a composição chega atrasada à Guarda, nem sempre há tempo para proceder à limpeza do comboio porque este tem de regressar de imediato a Lisboa.

As obras em curso visam repôr a infra-estrutura em condições de circulação idênticas às que existiam antes dos descarrilamentos que tiveram lugar na Beira Alta em Maio e Julho passados, o que tem obrigado a limitações de velocidade.

Mas para 2015 a Refer tem prevista uma renovação integral da via entre Pampilhosa e Vilar Formoso, o que obriga a manter vários troços com afrouxamentos, impedindo que se cumpra o tempo de percurso previsto entre Lisboa e a Guarda que é de 4 horas e 12 minutos.

As obras, porém, não acabam aqui. Logo depois desta renovação concluída, deverão avançar avultados investimentos neste corredor ferroviário que liga Portugal à Europa e que prevêem a construção de variantes, túneis e pontes. Trata-se de um projecto previsto no PETI3+ que visa adequar a linha da Beira Alta aos tráfegos de mercadorias do século XXI, eliminando pendentes e aumentando a sua capacidade.

Trata-se de um projecto que visa substituir, de forma mais barata e pragmática, a célebre linha Aveiro – Salamanca anunciada aquando do projecto da alta velocidade. Essas obras vão também influenciar negativamente a exploração comercial da linha, obrigando a mais afrouxamentos e a interdições temporárias de via, sendo, por isso, provável que os comboios de passageiros não voltem às velocidades actuais nos próximos anos.

 

 

 

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