Câmara de Loures preocupada com o futuro do hospital

Autarquia receia que a situação do Grupo Espírito Santo se repercuta negativamente nos cuidados prestados à população do concelho.

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O relatório dá nota negativa ao atendimento nas urgências, com 26% dos atendimentos em 2013 a excederem os tempos máximos recomendados Foto: Daniel Rocha

A Câmara de Loures manifestou-se preocupada esta sexta-feira com o futuro do hospital Beatriz Ângelo, na sequência da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo grupo mexicano Ángeles sobre a Espírito Santo Saúde (ESS), detentora da unidade hospitalar.

“Temos acompanhado as notícias com muita atenção porque pode estar em causa o acesso das populações aos cuidados de saúde. Por isso estamos na expectativa do que vai acontecer”, afirmou à agência Lusa o vice-presidente da Câmara Municipal de Loures, Paulo Piteira (CDU).

O grupo mexicano Ángeles anunciou na terça-feira o lançamento de uma OPA voluntária sobre o capital da ESS.
A ESS é actualmente detida maioritariamente pela Rioforte, empresa do Grupo Espírito Santo (GES) que, a pedido da própria, se encontra sob gestão controlada pelo Tribunal do Comércio do Luxemburgo desde o dia 29 de Julho de 2014.
A ESS é dona, entre outros activos, do Hospital da Luz, em Lisboa, e gere, em regime de Parceria Público-Privada, o Hospital de Loures.

No que concerne ao Hospital de Loures, o vice-presidente da autarquia defende que o Governo “tem de avaliar bem” se deve ou não suspender o contrato de parceria que tinha assinado com o ESS para a gestão da unidade hospitalar.
“Isso [a suspensão do contrato] não seria inédito. Já foi feito no caso do hospital Amadora-Sintra. Se a acessibilidade e os cuidados de saúde forem postos em causa é isso que nós defendemos. O Estado terá de assumir as suas responsabilidades”, sublinhou.

Nesse sentido, Paulo Piteira referiu que a Câmara de Loures pondera solicitar uma reunião ao ministro da Saúde, Paulo Macedo, para perceber qual será o futuro do hospital Beatriz Ângelo.

“A autarquia fez um investimento superior a 20 milhões de euros para que o hospital fosse uma realidade. A nossa obrigação agora é salvaguardar que os cuidados de saúde prestados à população não sejam postos em causa”, reiterou.


O Hospital de Loures abriu portas em Janeiro de 2012 para servir 272 mil habitantes dos concelhos de Loures, Odivelas, Mafra e Sobral de Monte Agraço.

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