São Tomé vai ter nova central eléctrica a gás e energia solar

Governo espera resolver problemas no abastecimento eléctrico da ilha principal do arquipélago.

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Governo espera resolver problema da segurança no abastecimento de electricidade Daniel Rocha

O Governo de São Tomé e Príncipe anunciou esta terça-feira um acordo com um consórcio angolano para a construção de uma central de produção eléctrica, a gás e energia solar, de modo a minimizar os problemas de abastecimento de electricidade da principal ilha do arquipélago e reduzir a dependência do petróleo importado.

Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado das Infra-estruturas e Recursos Naturais, José Maria Fonseca, explicou que a obra, a construir na cidade de Neves, deverá ser concluída no prazo de ano e meio.

O projecto prevê duas unidades distintas: uma central com duas turbinas alimentadas a gás, com uma potência de 15 megawatts (MW) cada, e painéis solares fotovoltaicos, com cinco megawatts de potência. No total, serão 35 MW, aproximadamente equivalentes à potência de um parque eólico com cerca de 17 aerogeradores de grande dimensão (2MW).

A ilha de São Tomé é abastecida por pequenas centrais eléctricas que funcionam a gasóleo fornecido pela petrolífera angolana Sonangol. Há uma dívida à empresa, que está “em fase ascendente”, segundo o secretário de Estado. Neste momento, será de cerca de 17 milhões de dólares (cerca de 12 milhões de euros).

"O gás é um produto muito menos oneroso para o país, a cidade de Neves oferece as condições necessárias para efectivamente se instalar essa nova central, que poderá vir resolver os problemas energéticos do país", afirmou, por seu lado, o ministro das Infra-estruturas, Obras públicas e Recursos Naturais, Fernando Maquengo, citado pela Lusa.

 A perspectiva de produção para breve de gás natural na Zona de Desenvolvimento Conjunto entre São Tomé e Príncipe e a Nigéria também anima o Governo são-tomense nas negociações com o consórcio angolano, que vai investir pouco mais de 40 milhões de dólares para a instalação da referida central.

“O gás consegue-se e a um preço muito mais reduzido, com custos ambientais mais favoráveis e nós temos 18 meses para que essa central possa reforçar a rede energética do país", sublinhou o governante.

Com apenas 13,5 MW de potência instalada em centrais eléctricas na capital e em Santo Amaro, São Tomé tem um abastecimento precário de electricidade. Nas últimas três semanas tem havido apagões que, segundo a Empresa de Água e Electricidade (Emae), resultam de manutenções nas centrais existentes.

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