Caças norte-americanos lançam bombas desarmadas na Grande Barreira de Recifes

Aviões tiveram de abortar uma missão de treino e foram obrigados a largar peso.

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A Grande Barreira é um dos "hotspots" mundiais de biodiversidade AFP

Bombardear a Grande Barreira de recifes de coral da Austrália – um dos ecossistemas com maior biodiversidade no mundo – é algo que não passa pela cabeça de ninguém. Mas foi quase isso o que aconteceu na semana passada, quando dois caças norte-americanos enfrentaram uma situação de emergência e tiveram de largar quatro bombas para o mar ali mesmo.

As duas aeronaves AV-8B Harrier tinham partido do partido do porta-aviões USS Bonhomme Richard, para participar de um exercício militar conjunto com as forças armadas australianas.

O seu objectivo era lançar as bombas num campo de tiro numa ilha. Mas a missão foi abortada e os pilotos tiveram de largar peso, pois os aviões não tinham combustível suficiente para aterrar com toda a sua carga bélica.

Duas das bombas eram inertes. As outras duas foram desactivadas antes de serem lançadas ao mar. As quatro, juntas, pesavam cerca de 1800 quilos.  Nenhuma explodiu, segundo um comunicado da Marinha norte-americana, citado pela Associated Press.

Os pilotos evitaram atirá-las directamente sobre os recifes de coral, mas ainda assim as bombas foram para o fundo do mar dentro do Parque Marinho da Grande Barreira de Recifes, a uma profundidade de 50 metros.

“Ficaram completamente loucos?”, insurgiu-se a senadora australiana Larissa Waters, dos Verdes.

A Grande Barreira estende-se ao largo da Austrália, ocupando cerca de 348.000 quilómetros quadrados. É composta por 2500 recifes de coral e 900 ilhas, que formam um “hotspot” de biodiversidade marinha, com 1500 espécies de peixes e 4000 de moluscos. Está classificada desde 1981 como Património Mundial.

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