Acordo assinado por 140 países permite redução das emissões de mercúrio

O mercúrio é um metal pesado muito tóxico, prejudicial para a saúde e o ambiente.

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A desflorestação traduziu-se em todo o mundo no depósito em lagos e rios de cerca de 260 toneladas de mercúrio Daniel Rocha

A convenção sobre o mercúrio foi adoptada este sábado por cerca de 140 Estados na sequência de uma semana de difíceis negociações, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros suiço.

Este acordo vai permitir reduzir a nível mundial as emissões de mercúrio muito tóxicas para a saúde e o ambiente. O mercúrio é um metal pesado muito tóxico para os seres vivos. Uma exposição muito forte ao mercúrio é nociva para o sistema imunitário e pode desencadear outros problemas como psicológicos ou digestivos, perda de dentes e problemas cardiovasculares ou respiratórios.

A nova convenção tem como objectivo reduzir a produção e as utilizações do mercúrio, em particular no fabrico de produtos e em processos industriais. A convenção também soluciona a questão do armazenamento e do tratamento dos dejectos.

A assinatura da convenção pelos Estados será feita em Outubro deste ano em Minamata, no Japão, em homenagem aos habitantes daquela cidade atingida durante décadas por uma grave contaminação por mercúrio.

A Suíça, que com a Noruega tinha iniciado há dez anos este processo de negociações sobre o mercúrio, considera que a adopção da convenção “demonstra a vitalidade dos Estados em apoiar em conjunto soluções para problemáticas mundiais”, declarou Franz Perrez, chefe da delegação suíça em Genebra.

Num estudo apresentado na véspera da Conferência de Genebra, que se realizou de 13 a 19, o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) deu indicações sobre a presença do mercúrio em lagos e rios. A desflorestação traduziu-se em todo o mundo no depósito em lagos e rios de cerca de 260 toneladas de mercúrio que anteriormente ficavam retidas nos solos.

Nos últimos cem anos, as quantidades de mercúrio presentes nos 100 metros iniciais de profundidade dos oceanos e provenientes de emissões associadas à actividade humana duplicaram. As concentrações nas águas profundas aumentaram 25%, refere o estudo, recordando os riscos de contaminação dos peixes destinados ao consumo.

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