Dezenas de populares cortam estrada para protestar contra obras do IP3

Quarenta populares de Alvações do Tanha, Régua, cortaram hoje a estrada que dá acesso à localidade em protesto contra o pó provocado pelos veículos das obras de construção do lanço Vila Real/Peso da Régua do Itinerário Principal (IP) 3.

Segundo a GNR, a população concentrou-se entre as 07h00 e as 09h45 junto à estrada em terra batida que dá acesso à localidade e que nos últimos meses tem sido utilizada pelos camiões e máquinas da Norinter, construtora responsável pelas obras de construção do IP3.

Um dos habitantes de Alvações do Tanha, Manuel Moreira, salientou que passam diariamente por aquela estrada muitos veículos pesados que "levantam muito pó e enchem o estradão de buracos".

"Queremos o progresso sem buracos", "Carros da empresa não passam" e "Velocidade máxima, zero quilómetros", podia ler-se em algumas das faixas.

O popular salientou ainda as pedras soltas na estrada e a grande velocidade a que passam os camiões, o que leva a população a temer principalmente pelas crianças que brincam na rua.

As obras de construção do lanço Vila Real/Peso da Régua do IP3 iniciaram-se em Novembro de 2001. Desde então, segundo Manuel Moreira, "a aldeia nunca mais teve descanso" e passou a estar "envolta numa nuvem de pó". Contudo, a construtora tinha-se comprometido a pavimentar a estrada no final da obra e até a regar duas vezes por dia o estradão, lembrou o morador.

O comandante do destacamento de Vila Real, Leal Pinto, não quis falar em corte de estrada, mas apenas numa concentração da população de Alvações do Tanha e disse que o trânsito fluiu com normalidade durante a manhã.

"Apenas os carros da empresa foram impedidos de passar, mas tudo foi feito de forma ordeira e sem perturbar a ordem pública", frisou.

O IP3 foi adjudicado ao consórcio Norscut - Concessionária de Auto-Estradas, S.A, cujo director geral, Bertrand Herouville, disse hoje que "está a ser feito tudo para resolver o problema da população de Alvações do Tanha".

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