Com a brilhante performance da noite desta quarta-feira, Robin Van Persie juntou-se a Andy Cole, Michael Owen, Van Nistelrooy e Wayne Rooney no restrito clube dos jogadores do Manchester United a apontarem um hat-trick na Liga dos Campeões. Mas fez mais do que isso. Quase por conta própria, virou a eliminatória e o Olympiacos do avesso (3-0) e garantiu a 13.ª presença dos “red devils” nos quartos-de-final da prova no actual formato.

David Moyes, cuja primeira época em Old Trafford está a gerar imensa frustração entre os adeptos, está longe de poder respirar de alívio, até porque o adversário desta quarta-feira não é propriamente um colosso europeu. Mas a verdade é que este United já por diversas vezes ao longo da temporada deitou o favoritismo pela janela fora. Desta vez, a classe de Van Persie evitou o pior.

Com uma surpreendente desvantagem (2-0) registada na Grécia, os “red devils” precisavam de entrar bem no jogo para poderem tranquilizar-se. E começaram por estender a passadeira dos quartos-de-final aos 25’, quando Holebas carregou Van Persie na área. O holandês ajeitou a bola na marca de grande penalidade e inaugurou o marcador.

Estava lançado o mote para a reviravolta, mas o Olympiacos não tinha baixado os braços. E a verdade é que os ingleses ainda levaram as mãos à cabeça aos 39’, quando Fuster, primeiro, e Dominguez, depois, surgiram na grande área a rematar de posição favorável. Valeram duas reacções de luxo de De Gea a evitar o empate.

Não marcaram os gregos, marcou Van Persie, pois claro. Bola longa de Ryan Giggs para as costas da defesa, cruzamento de Rooney e emenda do internacional holandês. “’Giggsy mostra os seus passes de classe mundial como fez tantas vezes. É bom ver o ‘velhote’ a carregar a equipa”, comentava Edwin van der Sar, via twitter.

Mas a estrela da companhia seria mesmo o compatriota do antigo guarda-redes do Manchester United. Aos 52’, um livre directo frontal deixaria Roberto sem reacção na baliza grega. Responsável? Van Persie, naturalmente, o primeiro jogador da história do clube a fazer um hat-trick na fase a eliminar da Champions.

O Olympiacos ainda esboçou uma ligeira reacção até final, mas nada que De Gea (num par de ocasiões) e companhia não conseguissem resolver, já mais na expectativa de explorarem o contra-ataque do que forçar o 4-0 em ataque organizado. Estava carimbado o acesso à próxima fase, que conta com todos os vencedores da fase de grupos: duas equipas inglesas (United e Chelsea), três espanholas (Real Madrid, Barcelona e Atlético Madrid), uma francesa (PSG) e duas alemãs (Bayern Munique e Borussia Dortmund).

Hulk ainda assustou
E se o campeão europeu já tinha assegurado o apuramento, nesta quarta-feira foi a vez de o adversário directo na Bundesliga lhe seguir as pisadas. Ainda assim, o Borussia sofreu q.b. e não foi além de uma derrota em casa, frente ao Zenit (1-2). De todo o modo, um resultado insuficiente para inverter o 4-2 com que os alemães se impuseram em São Petersburgo, na primeira mão.

Os russos, que no próximo jogo, para o campeonato, já estarão sob o comando de André Villas-Boas, começaram com Witsel, Danny e Hulk no "onze". E o brasileiro assinou o momento mais espectacular do jogo aos 16', quando arriscou a sorte com um remate de muito longe que só parou no fundo da baliza de Weidenfeller.

Os alemães, porém, não tremeram. E chegaram ao empate aos 38', quando o médio defensivo Sebastian Kehl se estreou a marcar na Liga dos Campeões. Schmelzer cruzou da esquerda e o alemão que em 2010-11 alinhou na segunda equipa do Borussia, finalizou de cabeça.

As contas complicavam-se ainda mais para um Zenit provisoriamente orientado por Sergei Semak. E embora não tenha conseguido virar a eliminatória, o vice-campeão russo despediu-se com um resultado positivo, quando Criscito encontrou o venezuelano Rondón na área para o 2-1 final.