Vai haver Copa, mas no primeiro dia também já houve feridos

Protesto em São Paulo faz pelo menos quatro feridos, entre os quais uma produtora da estação norte-americana CNN. Presidente Dilma Rousseff não deverá falar na cerimónia de abertura.

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A polícia usou gás lacrimogéneo e balas de borracha Nacho Doce/Reuters
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Pelo menos um manifestante foi detido Ricardo Moraes/Reuters
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Entre os feridos está uma jornalista da CNN ficou ferida Ricardo Moraes/Reuters
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A polícia diz que só compareceram cerca de 50 manifestantes Ricardo Moraes/Reuters
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Ricardo Moraes/Reuters

As autoridades brasileiras estão a fazer tudo para minimizar um enorme embaraço internacional no primeiro dia do Mundial de futebol. Nas ruas de São Paulo houve confrontos, com pelo menos quatro feridos, mas a polícia dispersou o protesto em menos de uma hora, com gás lacrimogéneo e balas de borracha.

Dos quatro protestos marcados para esta quinta-feira, apenas um resultou em violência – uma manifestação marcada para as proximidades da estação Carrão, no leste da cidade, que juntou algumas dezenas de pessoas.

Os organizadores deste protesto, convocado através da rede social Facebook, contavam com a presença de milhares de manifestantes, mas a Polícia Militar (PM) afirma que compareceram apenas cerca de 50. A pouca afluência pode ter resultado do facto de a polícia ter encerrado o acesso à zona desde muito cedo.

Poucos minutos depois do início do protesto, marcado para as 10h (14h em Portugal continental), a polícia já tinha detido um dos manifestantes, que foi arrastado até ao centro de comando da PM, de acordo com o relato do site do jornal Folha de S. Paulo.

"A PM sufocou o protesto anti-Copa antes de ele ganhar força e organização. Ao contrário de outros actos anti-Copa, não houve tempo para a formação de uma linha de frente com uma faixa", lê-se no mesmo jornal.

A polícia de intervenção e a PM avançaram em direcção aos manifestantes com gás lacrimogéneo e tiros de balas de borracha. Uma hora depois do início do protesto, por volta das 11h (15h em Portugal continental), estavam confirmados quatro feridos, desconhecendo-se a gravidade dos ferimentos.

Uma das pessoas feridas é a produtora da CNN Barbara Arvanitidis, residente em São Paulo, que tem acompanhado os protestos contra a organização do Mundial no Brasil.

O site da Globo avança que a jornalista terá sido ferida por estilhaços e que o homem detido foi atingido com duas balas de borracha.

Ao mesmo tempo, num outro protesto, organizado pelo sindicato dos trabalhadores do Metro de São Paulo, a situação era mais calma. O sindicato fez saber que os manifestantes não iriam tentar romper o bloqueio da polícia e iriam permanecer no local, pedindo a readmissão de 42 colegas despedidos pelo governador da cidade, Geraldo Alckmin, por terem feito uma greve considerada ilegal.

O Governo brasileiro também deu mostras de querer minimizar os efeitos do descontentamento de um sector da população brasileira – mesmo entre aqueles que vão marcar presença nas bancadas do jogo de abertura, esta noite, entre as selecções do Brasil e da Croácia.

De acordo com o protocolo definido para a cerimónia de abertura do Mundial, a Presidente Dilma Rousseff não deverá proferir uma única palavra, para não se expor aos assobios da assistência. Os media do país avançam que o nome da Presidente nem deverá sequer ser pronunciado durante a cerimónia.

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