Quarta vitória da época não deu para disfarçar mais uma pobre exibição

Sporting fecha participação na Liga Europa com triunfo sobre o Videoton por 2-1. Labyad e Viola estrearam-se a marcar pelos “leões”.

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Labyad fez o primeiro golo do Sporting na vitória sobre o Videoton Álvaro Isidoro/AFP

“Skyfall”, a última aventura de James Bond, é um emotivo filme de acção, digno da herança cinematográfica do agente 007. E era uma versão pirata do filme que um espectador estava a ver na bancada de Alvalade, enquanto decorria o Sporting-Videoton, jogo que encerraria a época europeia de ambas as equipas. Com o computador portátil à frente, o dito espectador dispensava pouca atenção ao jogo que era para ter acontecido na quinta-feira e que a chuva forçou ao adiamento, tal era o interesse do “espectáculo” desportivo que se disputava no relvado esburacado.

O jogo que aconteceu nesta sexta-feira em Alvalade, com escassíssimo público nas bancadas, foi mais uma pobre exibição deste Sporting. Mas, pelo menos desta vez, os “leões” venceram, a quarta vitória nesta temporada em jogos oficiais. Triunfo por 2-1 sobre a formação orientada por Paulo Sousa, o primeiro triunfo do Sporting nesta fase de grupos da Liga Europa. Fraquíssima consolação para quem foi semi-finalista na temporada anterior.

A um dia de chuva intensa, seguiu-se um dia seco e a relva, embora em mau estado, já estava praticável. A pensar no derby da próxima segunda-feira com o Benfica, Franky Vercauteren não mudou em relação ao seu plano de ataque e alinhou com uma equipa cheia de segundas opções, apostando em Marcelo Boeck na baliza, no regresso de Boulahrouz à defesa, na estreia do jovem Ricardo Esgaio e em Viola no lugar que costuma ser de Wolfswinkel.

Apenas uma contrariedade na aposta inicial do belga. André Martins lesionou-se no aquecimento e Gelson Fernandes assumiu o seu lugar no meio-campo, o que desde logo tirou criatividade aos “leões”. O suíço é um jogador generoso, mas perde a bola com a mesma facilidade com que a recupera e não acrescenta nada em termos ofensivos.

Apesar de tudo, foi o Sporting a dar um primeiro sinal, com Viola a atirar por cima logo ao segundo minuto. Depois, foi mais do mesmo. Passividade, falta de ligação e jogo entregue a um adversário que também nada tinha por que lutar – Basileia e Genk tinham empatado no dia anterior, um resultado que chegou para os suíços seguirem em frente na competição.

Sem ponta de inspiração do lado dos “leões”, foi a equipa húngara (com os portugueses Caneira e Filipe Oliveira e o brasileiro Renato Neto, médio emprestado pelos “leões” em campo) a acumular situações de golo. Foi a altura de Marcelo Boeck brilhar. Em três minutos, defendeu os remates de Filipe Oliveira e Nikolic e, aos 23’, foi a trave a rejeitar o tiro de Renato Neto. O corpo de Boulahrouz também serviu de parede para mais uma oportunidade do Videoton (26’). Para se ver um remate do Sporting enquadrado com a baliza, teria de se esperar até aos 44’ e por um remate de Insúa.

Na segunda parte, o mesmo “onze” do Sporting surgiu ligeiramente melhor, mas ainda com capacidade para lances verdadeiramente anedóticos, como o do remate para trás de Viola, após passe de Insúa. No entanto, o Sporting conseguia assumir alguma superioridade sobre o seu fraco adversário e construiu a vitória com naturalidade e alguns sobressaltos. Aos 65’, Labyad estreou-se a marcar pelo Sporting, numa recarga após um livre de Insúa. Os húngaros empataram de penálti, aos 80’, por Sandor (que seria expulso pouco depois), após Rinaudo ter jogado a bola com o braço dentro da área.

O fantasma do empate durou pouco tempo porque, dois minutos depois, Viola também se estreou a marcar com um cabeceamento bastante frouxo que ninguém da defesa do Videoton conseguiu deter.

Segue-se o Benfica, segunda-feira, em Alvalade, já que não foram satisfeitas as pretensões “leoninas” de adiar o jogo por um dia. E o espectador que estava a ver o “Skyfall” foi-se embora antes do jogo acabar.

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