Um vendaval na Liga espanhola e a Juventus tricampeã sem jogar

Líder Atlético de Madrid perdeu e Real Madrid só evitou a derrota no período de compensação, com golo espectacular de Cristiano Ronaldo. Na Serie A, bianconeri fizeram a festa do terceiro título consecutivo.

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Sergio Ramos anda a mostrar veia goleadora Sergio Perez/Reuters

A duas jornadas do final, ainda tudo pode acontecer na Liga espanhola. A jornada 36 baralhou as contas do título, mas uma coisa é certa: apesar da derrota sofrida na visita ao Levante (2-0), o Atlético de Madrid é o único dos aspirantes que é dono do próprio destino. Se somarem quatro pontos nos dois jogos que restam (um deles é a visita ao Barcelona), os colchoneros sagram-se campeões espanhóis pela décima ocasião, a primeira desde 1995-96.

Com o apoio de milhares de adeptos na visita ao Levante, a tarde não correu bem para a equipa de Diego Simeone, que costuma sentir dificuldades no Estádio Ciutat de València: os colchoneros não conseguiram vencer pela quarta visita consecutiva, somando a terceira derrota (a que se junta um empate). Logo aos sete minutos, o Atlético ficou em desvantagem no marcador – Filipe Luís marcou na própria baliza. Barral fez o 2-0 na segunda parte, num jogo que terminou com queixas de racismo do senegalês Pape Diop contra os adeptos do Atlético de Madrid.

“[A derrota] é o melhor que podia acontecer-nos. Faltam três semanas fantásticas e devemos concentrar-nos na primeira final, contra o Málaga”, vincou Simeone. Para além da Liga espanhola, o Atlético de Madrid disputará a final da Liga dos Campeões frente ao Real Madrid, em Lisboa.

No Santiago Bernabéu, um lance de génio de Cristiano Ronaldo evitou a derrota do Real Madrid frente ao Valência. O português fez o 2-2 no período de compensação, com um toque de calcanhar. Os merengues podem fazer um máximo de 92 pontos, enquanto o Atlético de Madrid pode ir aos 94 e para o Barcelona o máximo são 91. Desde que ganhem ao Málaga, um empate em Camp Nou na última jornada basta aos colchoneros, que mesmo que fiquem empatados na classificação com o Real Madrid, têm vantagem nos golos marcados no confronto directo, o primeiro critério de desempate.

O Sevilha, adversário do Benfica na final da Liga Europa, empatou a zero com o Villarreal.

Tricampeã Juventus
Em Itália, quando a Juventus entrar em campo na segunda-feira, frente à Atalanta, fá-lo-á já na qualidade de campeã italiana – e tem de agradecê-lo ao Catânia, que derrotou a Roma. Os sicilianos, últimos classificados da Serie A, surpreenderam os giallorossi numa partida que acabou em goleada: 4-1 para o Catânia, que ainda assim não sai da zona de despromoção.

A Juventus, recentemente eliminada pelo Benfica nas meias-finais da Liga Europa, obteve assim o terceiro título consecutivo de campeã italiana – desde 1935 que o emblema de Turim não vencia mais de dois campeonatos seguidos. É também o terceiro título de campeã em outras tantas temporadas sob o comando técnico de Antonio Conte. No historial dos bianconeri são já 30 os scudetti, um recorde no futebol italiano. Ainda assim, o clube celebra a conquista do 32.º campeonato, numa contabilidade que integra os dois títulos (2005 e 2006) retirados aos bianconeri por causa do escândalo de corrupção que abalou o futebol italiano e que implicou a despromoção da Juventus à Serie B.

O Milan regressou às vitórias no derby della Madonnina, o que já não sucedia desde 2011, graças a um golo solitário de Nigel de Jong após passe de Balotelli. Os rossoneri foram sempre melhores do que o Inter de Milão, que não fez qualquer remate enquadrado com a baliza.

Título mais longe
No final de uma semana difícil, o Chelsea de José Mourinho averbou mais um resultado comprometedor e está quase definitivamente arredado da luta pelo título na Premier League. Eliminados pelo Atlético de Madrid nas meias-finais da Liga dos Campeões, os blues cederam um empate (0-0) na recepção ao “aflito” Norwich. “Havia uma equipa que precisava de três pontos para ter hipóteses de sobrevivência e não jogou para ganhar”, analisou o técnico, numa crítica ao Norwich.

A falta de pontaria dos avançados do Chelsea e os ferros da baliza adversária (Schürrle e David Luiz que o digam) foram os principais inimigos de Mourinho, que tem de esperar pelo que os seus adversários façam nos próximos compromissos. O Liverpool vai na segunda-feira ao campo de Crystal Palace, enquanto o City recebe na próxima quarta-feira o Aston Villa. Se Liverpool e/ou City vencerem, o Chelsea fica matematicamente afastado da luta pelo título.

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