UEFA vai propor exclusão temporária para autores de faltas mais duras

A ideia é punir os infractores até que o adversário que sofreu a falta regresse ao terreno de jogo.

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Collina defende o modelo de cinco árbitros Peter Andrews/Reuters

Uma e outra vez, um lance atrás do outro, Pierluigi Collina não se cansou de fazer, na manhã desta quarta-feira, a apologia da importância dos árbitros de baliza. Na sala de conferências de um luxuoso hotel no centro de Turim, o responsável máximo pela arbitragem da UEFA insistiu nas virtudes do actual modelo e avançou com uma proposta de alteração nos regulamentos, que prevê que o autor de uma falta que obrigue a assistência médica saia temporariamente do terreno de jogo.

Collina e Michel Platini, juntos para dizer (mais uma vez) não à tecnologia e sim aos árbitros assistentes. O ex-árbitro italiano fez questão de sublinhar que, em campo, o raio de visão dos juízes é limitado e que muitas das boas decisões que hoje se tomam devem ser creditadas aos assistentes posicionados sobre a linha final.

Um dos vídeos avançados para explicar a tese foi o do Benfica-Newcastle da época passada, mais concretamente o lance do terceiro golo. Ola John bate o pontapé de canto e um defesa inglês corta o lance com o braço, mas de costas para o árbitro. A infracção foi detectada pelo assistente e assinalada a respectiva grande penalidade.

“É por isso que é tão importante haver aquilo a que chamo controlo partilhado. Mais de 35 países já adoptaram os árbitros de baliza e estamos satisfeitos com os resultados”, vincou Collina, antes de Michel Platini puxar para si os louros desta alteração que introduziu mais dois juízes nos jogos de futebol. “O sistema de cinco árbitros, para mim, é quase perfeito”, insistiu o líder da UEFA.

No ar ficou ainda a possibilidade de uma alteração aos regulamentos, nos casos em que a falta cometida por um jogador obrigue o adversário a ser assistido fora do terreno de jogo. “O actual sistema não é justo, porque, apesar de prever um cartão amarelo para o infractor no caso de uma falta mais dura, deixa a equipa que prevaricou com mais um jogador em campo durante algum tempo”, explica Collina. Nesse sentido, a proposta que vai ser avaliada pelo International Board no início da próxima época prevê que o autor da falta seja obrigado a deixar temporariamente o relvado, até que o adversário esteja restabelecido.

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