Teve nesta sexta-feira início a sexta temporada da Liga Diamante do atletismo com o meeting de Doha, no Qatar. E a actividade ao mais alto nível para este ano, que será coroado com os Mundiais de Pequim, dificilmente poderia ter começado melhor. Isso foi particularmente sensível numa prova de interesse especial para as cores portugueses, o triplo salto masculino, que de resto teve a presença de Nelson Évora.

O cubano Pablo Pichardo, que havia recentemente batido o recorde nacional ao saltar 17,94m em Havana, calou todos os cépticos e ao terceiro ensaio tornou-se o quarto atleta na história da disciplina a ultrapassar os 18m, com 18,06m.

O campeão olímpico americano Christian Taylor conseguiu reagir e no salto final também ele se colocou acima dos 18m, com 18,04m, confirmando que ao contrário da temporada de pista coberta a de ar livre promete muito, no triplo salto.

Nelson Évora fez uma prova positiva, a sua primeira da temporada ao ar livre, e no terceiro ensaio atingiu 17,12m, marca que lhe deu o quinto lugar do concurso, atrás do francês Teddy Tamgho (17,24m), que pareceu ter-se ressentido da lesão que o havia mantido largos meses fora das pistas, e do cubano Alexis Copello (17,18m).

Mais dois portugueses estiveram presentes em Doha. Irina Rodrigues entrou em acção na prova feminina do lançamento do disco, finalizando em oitava com 60,35m, tendo ganho a croata Sandra Perkovic com 68,10m, e Edi Maia foi oitavo no salto com vara, ao passar 5,40m, tendo o triunfo rumado à Grécia através de Kostas Filippidis (5,75m).

O meeting foi extraordinário e não é fácil eleger a melhor marca de todas. Mas que dizer de Justin Gatlin? O americano, de 33 anos de idade, mostra-se mais forte que nunca e ganhou os 100m com dois metros de vantagem e em 9,74s, recorde pessoal que o coloca como quinto mais rápido de sempre.

Nos 100m barreiras femininos a também americana Jasmin Stowers mantém-se imbatida e voltou a baixar o melhor resultado pessoal, e mundial do ano, para 12,35s.

Como cúmulo da reunião, os leste africanos conseguiram finalmente parar o britânico Mo Farah numa prova de meio fundo em pista. O etíope Hagos Gebrhiwet foi mais rápido no final dos 3000m e venceu o duplo campeão olímpico, com 7m38,08s contra 7m38,22s.