Só nos últimos 20 minutos é que se lembraram das balizas

Benfica só reagiu depois de estar em desvantagem, mas evitou derrota em Alvalade ao cair do pano. Empate (1-1) mantém rivais separados por sete pontos.

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José Manuel Ribeiro/AFP
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Salvio e Jefferson disputam a bola: foi do brasileiro o golo dos “leões” João Silva
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Jonas teve poucas oportunidades para se mostrar em Alvalade João Silva
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Num jogo intenso, o resultado só chegou no final João Silva
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Alvalade encheu para o grande derby do futebol português AFP/PATRICIA DE MELO MOREIRA
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Jefferson celebra o seu golo aos 87’: a vitória parecia já não escapar ao Sporting AFP/PATRICIA DE MELO MOREIRA
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Um golo de Jardel nos derradeiros segundos da partida salvou o Benfica da derrota AFP/PATRICIA DE MELO MOREIRA

Num derby que, por vezes, ameaçou provocar bocejos, Sporting e Benfica só nos últimos 20 minutos se lembraram que um campo de futebol tem duas balizas. O golo de Jefferson, aos 87’, provocou uma enorme explosão de alegria em Alvalade e fez com que o sonhado relançamento dos “leões” no campeonato parecesse ao alcance dos dedos. Só que, já no período de compensação, Jardel despejou um balde de água gelada sobre os adeptos sportinguistas ao apontar o golo da igualdade. A liderança da equipa de Jorge Jesus na classificação da I Liga não estava em questão e, ainda que os “encarnados” tenham permitido a aproximação do FC Porto, agora a quatro pontos, conseguiram manter o Sporting a sete. Daqui para a frente, a luta pelo título vai fazer-se, tendencialmente, a dois.

Repetiu-se o resultado que tinha acontecido na primeira volta, na Luz, ainda que ontem o Sporting tenha dominado a partida do princípio ao fim. Os “leões” estiveram sempre por cima do adversário e só a falta de eficácia foi adiando o golo da equipa de Marco Silva. Jorge Jesus optou por adoptar uma postura menos arrojada e prescindiu de Talisca para reforçar o meio-campo com André Almeida. Mas o internacional português nunca se sentiu confortável, com uma participação irregular nas tarefas defensivas e quase nula em termos ofensivos. Esta mentalidade “encarnada” foi castigada com o golo de Jefferson, que parecia deixar sentenciado o encontro. Só que, no último suspiro do derby, Jardel deixou tudo como estava e permitiu ao Benfica limitar os estragos.

Numa noite fria, Lisboa voltou a vestir o verde e vermelho de Sporting e Benfica. O ambiente antes do derby era eléctrico e a festa passou das bancadas para o relvado, com um início de jogo caracterizado pela elevada intensidade. Em contrapartida, a emoção escasseou e as oportunidades de golo não existiram na primeira parte. O Benfica acusava muitas dificuldades em passar do registo defensivo ao ofensivo: apenas num par de ocasiões (se tanto) conseguiu chegar à área adversária com a bola controlada, o que deixava a dupla Lima-Jonas muito isolada do resto da equipa. William Carvalho assumiu o protagonismo no meio-campo “leonino” e João Mário destacou-se pelo dinamismo com que empurrou o Sporting para a frente. Montero, em movimentações constantes, oferecia soluções mas os espaços não eram aproveitados e o grande pecado estava na definição dos lances criados.

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Paulatinamente, porém, a equipa de Marco Silva foi-se tornando mais assertiva no ataque. Mas Artur, que rendeu o lesionado Júlio César na baliza “encarnada”, superou o desconforto que por vezes evidenciou com um par de intervenções que mantiveram o nulo no marcador. Evitou que a bola de Cédric chegasse a João Mário (52’), desviou um grande cabeceamento de Carrillo (71’) e travou o disparo de Montero (76’). Enquanto isso, na área oposta, Rui Patrício continuava à espera que lhe dessem trabalho.

Mas a história do jogo ditaria que os dois guarda-redes sofreriam o mesmo número de golos. Após um mau corte de Samaris, João Mário surgiu em excelente posição mas Artur negou o golo ao internacional português. Só que a bola foi parar a Jefferson, que na recarga atirou para o fundo da baliza “encarnada”.

As bancadas exultaram e adivinhava-se emoção renovada para as 14 jornadas que faltam na I Liga, com uma luta a três. Só que não seria esse o desfecho ao cair do pano. Após um lance confuso na área do Sporting, Jonas insistiu e a bola sobrou para Jardel, que atirou sem hipóteses para Rui Patrício. Golo do Benfica no primeiro remate enquadrado com a baliza adversária e um fim de noite inglório para o guarda-redes português. Seguiram-se cenas lamentáveis nas bancadas, com adeptos benfiquistas a lançarem artefactos pirotécnicos para os sectores que os ladeavam.

Pouco depois, Jorge Sousa apitava para o final do derby. No frente-a-frente entre o treinador mais velho (Jorge Jesus, com 60 anos) e o mais novo (Marco Silva, 37) da I Liga, cumpriu-se a tendência recente de equilíbrio nos encontros em Alvalade a contar para o campeonato: foi o segundo 1-1 consecutivo e o quarto empate em oito anos.

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